segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Proteja o futuro de quem mais ama, prteja um patrimonio de todos nós.Está nas suas mãos fazer a diferença.


São as consequências de um Verão fora de tempo. Depois do balanço feito e de todas as estatísticas apontarem este como um “excepcionalmente bom” ano em termos de fogos florestais, eis que o sol do Outono prega uma rasteira e faz disparar os incêndios (223 só no sábado). E a tragédia chegou ao coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Entre as 19h30 de sábado e as 18h00 de ontem, as chamas reduziram a cinzas mais de 50 hectares da mata do Vidoeiro, entre a vila do Gerês, a Pedra Bela e a fronteira da Portela do Homem. O fogo terá tido origem criminosa.

Trata-se de uma zona com muitas espécies protegidas, ao nível da flora, nomeadamente, o abrunheiro e o carvalho alvarinho. No entanto, o que mais ardeu foi pinheiro bravo, pelo que, apesar dos danos ambientais serem elevados, não se está perante estragos irreparáveis, como aconteceu no ano passado na Mata do Ramiscal.As autoridades, GNR, Bombeiros e até o Governador Civil de Braga, Fernando Moniz, estão convictos de que se tratou de um fogo de origem criminosa.No combate às chamas estiveram, na noite de sábado para ontem, mais de 150 homens, de 30 corporações, apoiados por meia centena de viaturas. Durante o dia de ontem, estiveram no terreno 209 elementos, de 34 corporações, apoiados por mais de 70 viaturas e dois meios aéreos, um avião espanhol e um helicóptero pesado.A área é extremamente acidentada, escarpada até, pelo que o combate às chamas se revelou uma tarefa muito complicada.O fogo foi dado como circunscrito às 18h00 de ontem, prevendo o 2.º comandante distrital dos bombeiros de Braga, Paulo Dias, que o rescaldo só termine esta segunda-feira.O presidente da Câmara de Terras de Bouro, António Afonso, alertou para o facto de as infestantes, nomeadamente as mimosas, estarem a tomar conta das áreas ardidas do parque e de representarem “um grave problema ambiental que tarda muito em ser combatido”. SAIBA MAIS1670 fogos florestais foram registados entre os dias 2 e 20 deste mês, quase quatro vezes mais do que o número de ocorrências verificadas na totalidade do mesmo mês do ano passado.223 incêndios florestais foram registados no sábado (dia 20), o dia deste mês que apresentou maior número de ocorrências.BEZEGUIMBRA Um incêndio florestal que deflagrou ontem pelas 12h30 em Bezeguimbra, concelho de Vila Verde, distrito de Braga, só foi circunscrito perto das 20h00 pelos 39 bombeiros que estiveram no local.SÃO DOMINGOSPelas 13h39 de ontem a localidade de São Domingos, Chaves, distrito de Vila real, foi assolada por um incêndio em mato. No local estiveram 12 bombeiros.LAVIADOSO dia de ontem foi ainda marcado por um pequeno foco de incêndio em Laviados, Bragança, pelas 15h45, combatido por sete elementos.NOTASFASE ALFA MANTÉM-SEO Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, declarou ontem que a fase actual do plano de emergência contra os incêndios não irá ser alterada.HOMENS PARADOSO contingente, ontem, no Gerês, foi talvez o maior deste ano: 209 homens e 70 viaturas. Mas havia gente a mais, porque muitos homens estiveram parados. ORIGEM CRIMINOSANinguém tem dúvidas: GNR, bombeiros, Governador Civil e até a Junta de Freguesia de Vilar da Veiga: o fogo, fora de zona de queimadas, teve origem criminosa.MAIS CALOR ATÉ AO FINAL DO MÊSAs previsões para os próximos dias são de céu pouco nublado ou limpo com reduzidas possibilidades de ocorrência de chuva. O bom tempo, com temperaturas cerca de quatro graus acima da média, irá continuar pelo menos até ao final do mês, segundo as previsões do canal norte-americano de meteorologia, The Weather Channel. A localização do anticiclone dos Açores ao largo do Continente é o principal responsável pelo prolongamento do calor. "TEMPERATURAS VÃO SUBIR" (Anthímio Azevedo, Meteorologista)Correio da Manhã – Estamos a viver um Outono quente. É uma tendência para o futuro?Anthímio Azevedo – Não é algo de inédito. Em 1967 também aconteceu. Mas penso que está relacionado com as alterações climatéricas. As temperaturas vão subir. E no futuro haverá uma maior frequência destas situações, de acordo com os dados disponibilizados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas.– Quais as previsões para Portugal? – Preocupantes. Numa antevisão para 2025, portanto, para daqui a 18 anos, as previsões são de seca na Europa do Sul, em particular na Península Ibérica, com consequências graves para a população. Fala-se mesmo de uma consequente migração para Norte. – Com o aumento da poluição, que maiores catástrofes poderão ocorrer?– O fim da corrente do Golfo com forte descida das temperaturas na Europa. Fim da floresta amazónica e libertação do gás metano existente no fundo dos oceanos, o que aquecerá ainda mais o Planeta.ROUPA DE INVERNO FICA NAS PRATELEIRASEsta espécie de Verão fora de tempo está a causar grandes prejuízos aos fabricantes e comerciantes de roupa, que colocaram as suas colecções de Outono/Inverno nas montras e nas prateleiras e não as conseguem vender.E não são apenas os pequenos comerciantes a queixar-se. Também as grandes marcas, incluindo as que têm lojas próprias, como a Zara, a Mango, a Springfild e outras se queixam de “quebras brutais nas vendas”.Os comerciantes contactados pelo CM foram unânimes em considerar que, desde finais do mês passado, ou seja, desde que colocaram as roupas quentes nas montras, as vendas caíram entre trinta e quarenta por cento.“Isto está mesmo difícil. Em Agosto, quando tínhamos as casas cheias de roupa de Verão chovia; e agora, que o calendário pede artigos de Outono/Inverno, está um calor de ananases”, disse ao CM Augusto Martins, comerciante do Porto.Por causa desta quebra generalizada nas vendas, algumas associações comerciais estão já a agendar reuniões para debater a situação, admitindo algumas a antecipação dos saldos de Inverno.
Fonte: Correio da Manhã

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