Reflorestação Projecto Floresta Unida
1º Fim - de - semana
Dias : 10 e 11
Um grupo de cerca de 150 voluntários, oriundos de várias zonas do país, que incluía pais e filhos, deu ontem início à reflorestação de uma área de aproximadamente nove hectares, junto à Serra da LousãOs voluntários concentraram-se ontem de manhã no Centro de Técnicas e Operações Especializadas da Lousã e depois da cerimónia de abertura, presidida pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, lançaram mãos ao trabalho, com a supervisão de técnicos especializados.Antes, os governantes Rui Pereira e Jaime Silva, titular da pasta da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, acompanhados de Peter Mottek, presidente do Banco Barclays Portugal, que financia a iniciativa, e outros autarcas, tinham dado o exemplo, plantando cada um uma árvore, cujo crescimento pode ser acompanhado à distância pela Internet.Até ao final de Novembro, mais de meio milhar de voluntários vão plantar 20 mil espécies folhosas numa área de pinhal paredes-meias com o aeródromo da Lousã, ameaçada pela doença vulgarmente conhecida por anéis vermelhos e pela proliferação de árvores invasoras (acácias).Inserida no projecto Floresta Unida, que aposta na intervenção em zonas infestadas por pragas, doenças ou espécies infestantes e na promoção de acções de prevenção, formação e apoio aos meios de combate aos incêndios, a iniciativa é financiada pelo banco Barclays Portugal, que oferece as árvores e as ferramentas necessárias.«A criação da Zona Barclays Verde será um espaço propício ao desenvolvimento do ecossistema local, numa aposta de floresta sustentável a longo prazo», referiu à agência Lusa Peter Mottek, presidente da instituição bancária em Portugal.Neste e nos próximos dois fins-de-semana, os voluntários (crianças, jovens e adultos de várias instituições e empresas, sobretudo do Barclays) irão plantar cinco mil sobreiros, seis mil carvalhos, duas mil cerejeiras bravas, cinco mil castanheiros e dois mil cedros do Buçaco. Pais sensibilizam os filhosCom o sol forte e o pó fino a entranhar-se no corpo, os voluntários entregaram-se à tarefa de plantar carvalhos americanos em valas previamente abertas para o efeito.Pais e filhos participaram na iniciativa, não só porque estão preocupados com as alterações climáticas, mas também para terem um dia diferente no interior do país.«Preocupa-me as questões de alteração do clima», frisou Margarida Moura, voluntária vinda de Lisboa, acompanhada pelo marido Paulo e a filha Margarida, de oito anos.Esta funcionária do Barclays considera «muito importante a iniciativa para a preservação da natureza», trazendo a filha «para lhe dar o exemplo».Algo envergonhadas, a Maria e a Mariana, de 8 e 5 anos, ajudam o pai, João Craveiro, de 35 anos, a plantar um carvalho, sob o olhar da mãe Marta. O casal, residente no Porto, resolveu deslocar-se à Lousã «para incutir às filhas sensibilidade para a necessidade de preservar o ambiente e a importância das árvores».Gustavo Palma, de 28 anos, de Coimbra, «não quis ficar em casa a dormir» e apostou «num dia diferente para fazer algo de produtivo». Para este engenheiro geográfico, «consciente das mudanças no clima, há que semear o futuro». «Na minha vida já adoptei comportamentos de reciclagem, reutilização de produtos e racionalização da energia», acrescentou Gustavo Palma.O responsável pelo projecto Floresta Unida, David Lopes, explicou à agência Lusa que a reflorestação pretende criar «uma zona de compasso apertado entre as árvores, permitindo que depois a sua sombra incida sobre as espécies invasoras e evite a sua propagação».«Durante os primeiros três/quatro anos iremos proceder a uma acção mecânica (abate) das acácias, que não prejudique as árvores plantadas, para que depois a sombra resultante do crescimento das novas espécies não permita o crescimento das invasoras», explicou.O projecto conta com o apoio técnico da Direcção-Geral de Recursos Florestais, da empresa Fire Paradox e do Grupo de Intervenção Protecção e Socorro (GIPS) da GNR, considerados os «os três pilares para a sustentabilidade florestal».Projectos de reflorestaçãoJaime Silva alertou para escassa execução O ministro da Agricultura, Jaime Silva, alertou ontem para o facto de apenas 50 por cento dos projectos aprovados de reflorestação estarem executados, durante o arranque de a acção de plantação de 20 mil árvores na Lousã.«Quando fui à Assembleia da República apresentar os resultados da época de incêndios dei um grito de alerta, dizendo que tinha algumas acções no programa Agris que tinham os projectos aprovados, a verba comprometida e estavam com percentagens de execução de 50 por cento», referiu o governante.Jaime Silva afirmou que se «mantém o alerta» e apelou a quem tem projectos aprovados para que, «a partir do momento em que houver condições propícias, façam o favor de começar a plantar porque a verba está lá». «Depois do projecto aprovado temos de gastar as verbas em dois anos e apenas temos 50 por cento de execução», alertou.O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas disse ainda que o novo quadro comunitário de apoio, a vigorar entre este ano e 2013, vai disponibilizar 100 milhões de euros por ano para a floresta «assim haja projectos».Juntamente com Rui Pereira, titular da pasta da Administração Interna, Jaime Silva participou no início de uma acção de reflorestação no perímetro florestal do aeródromo da Lousã, no âmbito do projecto Floresta Unida, financiado pelo Banco Barclays Portugal. Jaime elogiou a iniciativa, afirmando que «a reflorestação depende de todos, sobretudo dos privados, que detêm cerca de 90 por cento da área florestal do país».Para enfrentar incêndios fora do período críticoMinistro da Administração Interna garante meios O ministro da Administração Interna garantiu ontem, na Lousã, que Portugal continua preparado para enfrentar e dar uma «resposta eficaz e eficiente» aos incêndios florestais que têm deflagrado fora do período considerado de maior risco.Falando aos jornalistas, à margem de uma iniciativa de reflorestação junto ao aeródromo da Lousã, no âmbito do projecto Floresta Unida, financiado pelo Banco Barclays Portugal, Rui Pereira frisou que o país continua a ter meios para fazer frente aos fogos.«Estamos preparados para os incêndios florestais que surjam em qualquer altura do ano», frisou o governante, destacando a «boa resposta e coordenação política e operacional entre agentes da protecção civil».O ministro salientou ainda que, relativamente a meios aéreos, já estão a funcionar aeronaves da Empresa de Meios Aéreos (EMA), que têm actuado no combate aos fogos florestais, para além de terem participado em missões de segurança na Cimeira de Lisboa.Rui Pereira, acompanhado do ministro da Agricultura, Jaime Silva, e do presidente do Barclays Portugal, Peter Mottek, deram ontem início ao projecto Floresta Unida, que visa a plantação de 20 mil espécies folhosas numa área de aproximadamente nove hectares, no perímetro florestal do aeródromo da Lousã.Neste e nos próximos dois fins-de-semana, cerca de meio milhar de voluntários irão plantar cinco mil sobreiros, seis mil carvalhos, duas mil cerejeiras bravas, cinco mil castanheiros e dois mil cedros do Buçaco, adquiridas pelo Barclays, que oferece também as ferramentas necessárias.
Fonte : Diario de Coimbra
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