Russos lançam corrida a riquezas do Árctico
Cientistas russos dizem ter encontrado provas geológicas de que as montanhas submarinas no fundo do Oceano Árctico fazem parte da plataforma continental do seu país. Esta afirmação reforça as reclamações de Moscovo sobre um largo território (ver gráfico). Calcula-se que um quarto das reservas de petróleo do planeta estejam sob esta zona do fundo oceânico, que inclui o Pólo Norte.As provas foram recolhidas pela expedição Árctico 2007, que no início de Agosto incluiu o mergulho de dois submarinos no Pólo Norte. Na ocasião, foi colocada uma bandeira russa a 4200 metros de profundidade, com o objectivo de reivindicar uma superfície do tamanho de Angola (1,2 milhões de quilómetros quadrados), calculada a partir da Dorsal de Lomonosov, uma cadeia de montanhas submarinas, com extensão superior a 1800 quilómetros.Além de matérias-primas de energia, o fundo submarino reclamado pelos russos tem vastas riquezas em ouro, diamantes e diversos minerais estratégicos. A exploração destes recursos poderá ser mais fácil dentro de décadas, caso se confirme o ritmo acelerado de derretimento do gelo polar, consequência do aquecimento global.Para surpresa da comunidade científica, surgiram provas de que a mítica Passagem do Noroeste está livre de gelo. Imagens da NASA e da sua congénere europeia, ESA, mostram uma rota navegável na ponta norte do continente americano. Esta é uma entre várias provas de que o gelo Árctico está a derreter a uma velocidade superior à que era, até agora, admitida: neste momento, a superfície de gelo é inferior em 4 milhões de quilómetros quadrados à média de área mínima (desde que há registos). A perda é colossal, de efeitos imprevisíveis mas, para alguns, representa uma oportunidade económica, sobretudo se partes do Árctico se tornarem navegáveis.A iniciativa russa, a existência das riquezas e o fenómeno do degelo estão a levar os países do Árctico a procurarem afirmar os respectivos direitos. A Dinamarca, que tem soberania sobre a Gronelândia, lançou uma expedição científica que visa provar que a Dorsal de Lomonosov e a sua congénere de Mendeleyev são, na realidade, extensões da Gronelândia. Segundo se soube anteontem, por causa do gelo, os dinamarqueses conseguiram apenas metade dos dados que procuravam reunir.O Canadá já decidiu reforçar a sua frota de quebra-gelos e os Estados Unidos, que estão um pouco mais atrasados na corrida, também já anunciaram uma expedição científica na área.Segundo o direito internacional, todos estes países (mais a Noruega) têm uma zona económica exclusiva de 200 milhas náuticas. Moscovo já tentou por uma vez, em 2001, alargar os seus direitos, na comissão da ONU que regula a definição das plataformas continentais, mas esta não apoiou a reclamação territorial, por falta de elementos.As reivindicações no Árctico são abrangidas por uma convenção da ONU sobre a lei dos mares e cada país tem dez anos para apresentar o seu caso, após a ratificação da convenção. Deste grupo, apenas Washington ainda não ratificou o texto.As posições de cada um são, nesta fase, baseadas num ponto menos claro da convenção. Um país pode reclamar as suas 200 milhas náuticas de zona exclusiva e ainda 150 de direitos sobre o fundo submarino. Mas as distâncias dependem da definição da plataforma.
Cientistas russos dizem ter encontrado provas geológicas de que as montanhas submarinas no fundo do Oceano Árctico fazem parte da plataforma continental do seu país. Esta afirmação reforça as reclamações de Moscovo sobre um largo território (ver gráfico). Calcula-se que um quarto das reservas de petróleo do planeta estejam sob esta zona do fundo oceânico, que inclui o Pólo Norte.As provas foram recolhidas pela expedição Árctico 2007, que no início de Agosto incluiu o mergulho de dois submarinos no Pólo Norte. Na ocasião, foi colocada uma bandeira russa a 4200 metros de profundidade, com o objectivo de reivindicar uma superfície do tamanho de Angola (1,2 milhões de quilómetros quadrados), calculada a partir da Dorsal de Lomonosov, uma cadeia de montanhas submarinas, com extensão superior a 1800 quilómetros.Além de matérias-primas de energia, o fundo submarino reclamado pelos russos tem vastas riquezas em ouro, diamantes e diversos minerais estratégicos. A exploração destes recursos poderá ser mais fácil dentro de décadas, caso se confirme o ritmo acelerado de derretimento do gelo polar, consequência do aquecimento global.Para surpresa da comunidade científica, surgiram provas de que a mítica Passagem do Noroeste está livre de gelo. Imagens da NASA e da sua congénere europeia, ESA, mostram uma rota navegável na ponta norte do continente americano. Esta é uma entre várias provas de que o gelo Árctico está a derreter a uma velocidade superior à que era, até agora, admitida: neste momento, a superfície de gelo é inferior em 4 milhões de quilómetros quadrados à média de área mínima (desde que há registos). A perda é colossal, de efeitos imprevisíveis mas, para alguns, representa uma oportunidade económica, sobretudo se partes do Árctico se tornarem navegáveis.A iniciativa russa, a existência das riquezas e o fenómeno do degelo estão a levar os países do Árctico a procurarem afirmar os respectivos direitos. A Dinamarca, que tem soberania sobre a Gronelândia, lançou uma expedição científica que visa provar que a Dorsal de Lomonosov e a sua congénere de Mendeleyev são, na realidade, extensões da Gronelândia. Segundo se soube anteontem, por causa do gelo, os dinamarqueses conseguiram apenas metade dos dados que procuravam reunir.O Canadá já decidiu reforçar a sua frota de quebra-gelos e os Estados Unidos, que estão um pouco mais atrasados na corrida, também já anunciaram uma expedição científica na área.Segundo o direito internacional, todos estes países (mais a Noruega) têm uma zona económica exclusiva de 200 milhas náuticas. Moscovo já tentou por uma vez, em 2001, alargar os seus direitos, na comissão da ONU que regula a definição das plataformas continentais, mas esta não apoiou a reclamação territorial, por falta de elementos.As reivindicações no Árctico são abrangidas por uma convenção da ONU sobre a lei dos mares e cada país tem dez anos para apresentar o seu caso, após a ratificação da convenção. Deste grupo, apenas Washington ainda não ratificou o texto.As posições de cada um são, nesta fase, baseadas num ponto menos claro da convenção. Um país pode reclamar as suas 200 milhas náuticas de zona exclusiva e ainda 150 de direitos sobre o fundo submarino. Mas as distâncias dependem da definição da plataforma.
Fonte: Diario de Noticias