segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Projecto Floresta Unida na frente do combate contra a destruição do planeta

As confederações de agricultores portuguesas defendem cautela nas propostas para o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) e manifestam temor pelas consequências de algumas medidas para áreas como o vinho. Na véspera do conselho informal de ministros da Agricultura da União Europeia, que começa hoje no Porto, as confederações dizem que não esperam grandes avanços na defesa da agricultura durante a Presidência portuguesa.Os responsáveis das associações são unânimes na preocupação face às propostas para a reforma da Organização Comum do Mercado (OCM) do vinho, temendo pelo futuro do sector, mas transmitem opiniões diferentes relativamente ao que é esperado da Presidência portuguesa da União Europeia.Através do seu presidente, João Machado, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) referiu a expectativa de que Portugal opte por criar grupo de trabalho que "reflicta, consciente e prudentemente, sobre o futuro da PAC". A CAP defende que a simplificação e tudo o que está previsto no balanço feito actualmente "tenham como resultado não o desaparecimento da PAC, mas antes uma política efectivamente ajustada às actuais necessidades da agricultura europeia".Também a Confagri (confederação que reúne as cooperativas agrícolas), através do seu secretário-geral, Francisco Silva, chama a atenção para a necessidade de analisar "a tentativa crescente de retirar dinheiro à produção agrícola para outras áreas, de uma forma encapuzada, via transferências para o desenvolvimento rural".Já o dirigente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Dinis, adiantou à Lusa que, apesar de Portugal "poder formular propostas e ter iniciativas para tirar partido de estar na Presidência", não lhe parece que isso esteja a acontecer. O ministro da Agricultura, Jaime Silva, "podia estar a bater-se por um aumento do orçamento para o sector agrícola e a procurar juntar os países do Mediterrâneo para conseguir uma política europeia para as floresta, com respeito pelas suas diferentes características", defende.O Governo português definiu como prioridade fazer um balanço da aplicação da PAC até agora e iniciar a discussão sobre o futuro da Agricultura, no pós 2013, nomeadamente a vertente de financiamentos com as implicações no orçamento total da UE. O ministro realça a importância de fazer uma análise da evolução do mercado, a cada momento. "É importante ver o que está a acontecer no mercado" e "se houver sinais claros que se justifica mudanças antes de 2013, não devemos esperar", defendeu Jaime Silva. LUSA
Fonte: Diario de Noticias
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma em entrevista publicada neste domingo (16) pelo jornal espanhol "El País", que nunca deixará a política e que, quando terminar seu mandato presidencial, em 2010, trabalhará para apoiar seu sucessor.

A entrevista foi dada pelo presidente brasileiro horas antes de iniciar sua visita oficial à
Espanha , onde se encontrou com o chefe do governo espanhol, José Zapatero.
"Não vou deixar a política, porque a política está em mim há muitos anos", diz. Lula afirma que não tem ainda o nome de seu sucessor, mas se compromete a trabalhar para que, "em 2010, quem for candidato para presidente possa me convidar a subir com ele nos comícios". "Quero contribuir na eleição do meu sucessor. E, quando sair da Presidência, se dará conta de que não vou fazer jamais nenhum comentário sobre o Governo", acrescenta o líder brasileiro.
Conquistas econômicas e corrupção
Na entrevista, Lula ressalta as conquistas econômicas, ambientais e na luta contra a corrupção em seu Governo, mas reconhece que "falta muito" a fazer e defende que a política de sua administração é ir "subindo degrau a degrau". O presidente reconhece que mudou seu discurso desde que chegou ao poder e justifica que, "quando alguém governa, não tem o direito de agir como quando um estava em um comício", o que não impede, acrescenta, de manter "a mais sólida relação" com o movimento social. Segundo Lula, o resultado é que "em toda a história do Brasil não houve um momento mais sólido da
economia ", e que foi possível combinar um bom nível de exportações com um equilíbrio do mercado interno e um forte crescimento com o controle da inflação. Sobre a distribuição da riqueza, em um país no qual 10% da população tem mais de 48% da renda, afirma que "poucas vezes tivemos as pessoas mais ricas do país diminuindo sua participação na renda nacional e os mais pobres aumentando". Diante dos casos de corrupção envolvendo três ex-ministros de seu Governo e a cúpula do PT, Lula se declara tranqüilo. “Estamos exercendo a democracia em sua plenitude", mas lembra que "até agora não há ninguém absolvido e ninguém foi considerado culpado". Em relação à corrupção nas organizações policiais, o presidente reconheceu que o problema existe, mas também pondera. "Eu não diria que a Polícia é o principal centro de corrupção. Há um pouco de exagero", diz.

Meio ambiente e biocombustíveis

Lula fala da proteção do meio ambiente, especialmente da
Amazônia , e proclama que, levando em conta que o Brasil ainda tem 69% de suas florestas originais, percebe-se "que nós cuidamos muito mais do meio ambiente do que outros países". Isso não é incompatível, afirma, com o desenvolvimento da indústria dos biocombustíveis a partir da exploração da cana-de-açúcar ou da soja, porque Brasil é um território muito extenso. O presidente afirma que os 360 milhões de hectares de floresta amazônica "são intocáveis", mas que nos outros 440 milhões de hectares do país há muito a fazer, porque "apenas 1% está sendo cultivado com cana-de-açúcar e 4% com soja". Sobre sua relação com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e um possível incômodo pelo fato de esta questão sempre aparecer nas entrevistas, Lula diz que não há mal-estar. "Tenho um profundo respeito por Chávez. Trabalhamos muito em conjunto com a Venezuela (...). A briga de Chávez com os Estados Unidos é um problema de Chávez com os Estados Unidos". Em seguida, expressa seu desejo de "construir uma sólida integração na América Latina", mas também a rejeitar que seu país tenha a obrigação de protagonizar esse processo. "O Brasil tem um papel importante na América Latina, mas não quer liderar nada", diz.
Fonte: Portal de Noticias da Globo

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