Com o funcionamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Brasil tem conseguido avanços significativos no monitoramento dos fenômenos do tempo, especialmente na previsão de chuvas e estiagens. Outros centros civis e militares se voltam para a navegação aérea, tanto no âmbito nacional como regional, sobretudo na Amazônia.Pode-se dizer que o Brasil procura nivelar-se às nações desenvolvidas, em termos de ciência e tecnologia dos fenômenos climatológicos, meteorológicos e de navegação aérea, ampliados com o Sistema de Vigilância da Amazônia. Por isso, consegue detectar, em tempo real, os incêndios ocorridos nas reservas florestais, provocados para a limpeza dos campos para plantio ou aqueles resultantes de condições mesológicas.A própria Fundação de Meteorologia do Ceará (Funceme) está integrada a redes internacionais de observação do tempo, realizando um trabalho merecedor de maior reconhecimento da produção científica de seus operadores e de melhor divulgação dos resultados alcançados. Funceme, Nutec e Centec deveriam contar com investimentos prioritários, pela relevância de sua produção.Queimar a vegetação é herança indígena, absorvida pelos agricultores como se fosse o melhor instrumento para preparar terras para novos plantios. Puro engano. A destruição da cobertura verde afeta as condições ambientais, prejudicando os recursos naturais: solo, plantações, temperatura ambiente e o meio.Este ano, os focos de incêndios têm batido recorde na Amazônia, no Centro-Oeste e no Sudeste, principalmente. As demais regiões também estão sentindo o problema. Até no Ceará, onde o verde é rarefeito e o processo de desertificação se acentua em algumas zonas, foram anotados, entre janeiro e setembro, 281 focos de queimadas, um acréscimo que representa 23% em relação aos registros alusivos a 2006.Na Amazônia Legal, estão detectados 25.699 pontos de queimadas, com um aumento de 34% em relação ao ano passado. O fogo tem destruído ainda grande parte de áreas verdes em Minas Gerais, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, prevendo-se chegar, até o final do ano, a 114 mil sinistros. Os prejuízos são incalculáveis ao meio ambiente e às atividades produtivas destruídas.O governo soube estruturar, em pouco tempo, a Força Nacional de Segurança, um grupo de policiais militares e bombeiros especializados em intervenções e controle de situações de crise. Sua convocação para atuar em vários Estados tem demonstrado eficácia, o que pode determinar sua transformação em força permanente pela característica de pronta ação.Em relação às queimadas, o governo federal necessita instituir força assemelhada, dispondo de condições operacionais para agir a qualquer momento no gigantesco espaço territorial brasileiro, utilizando recursos tecnológicos sofisticados para debelar incêndios e mudar, pela educação, a mentalidade ultrapassada de quem usa fogo para limpar roçados. Do contrário, os prejuízos irão continuar.
Fonte: Diario do Nordeste
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