quarta-feira, 27 de junho de 2007

Plante uma árvore, plante um sinal de esperança! Projecto Floresta Unida

Governador civil de Coimbra visitou ontem o CMA da Lousã. Lamentou que, numa semana, tenham sido identificados 24 queimadas ilegais e três tentativas de fogo posto.O governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, avisou, ontem, na Lousã, que a existência de condições logísticas e humanas para o combate a incêndios de nada serve se houver “descuido” e “incúria” dos cidadãos e se estes não respeitarem as boas práticas estabelecidas para a prevenção dos fogos florestais.“Temos boas condições, mas não tenhamos ilusões: se o descuido dos cidadãos multiplicar focos nascentes não há meios possíveis” para um combate eficaz aos incêndios, afirmou Henrique Fernandes.Falando aos jornalistas durante uma visita que fez durante a manhã de ontem às instalações do Centro de Meios Aéreos (CMA) da Lousã, o governador civil, entidade máxima da protecção civil distrital, apelou aos cidadãos que “não façam aquilo que é possível evitar”. O que, lamentou, não tem acontecido. Só na passada semana, precisou, foram identificadas, no distrito, 24 queimadas ilegais e três tentativas de fogo posto.“Há incúria e desatenção por parte dos cidadãos”, criticou, sublinhando que para que os meios disponíveis sejam eficazes “é preciso que o software”, ou seja, a responsabilidade de cada um, “funcione”. “Este é o principal problema e, aqui, não haverá uma dúzia de meios aéreos que chegue”, insistiu. “Já não é o dispositivo que está a falhar, somos nós”, rematou.Se, por um lado, está apreensivo quanto ao facto de haver ainda situações de “incúria”, Henrique Fernandes congratulou–se, por outro, com as condições existentes para o combate aos incêndios florestais.No CMA da Lousã contactou com o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR e assistiu a um simulacro de intervenção de um meio aéreo e de uma acção de patrulhamento. Viu também os meios que estão à disposição do efectivo do GIPS, composto por 37 pessoas.“A tradição perdeu–se durante muito tempo e defendeu–se que o combate só se fazia com água. Mas o combate inicial faz–se com material sapador. A água não apaga fogos, só serve para baixar a temperatura”, disse. Esta prática, acrescentou, só recentemente começou a ser seguida com disciplina e regularidade.A rapidez da primeira intervenção - principal tarefa do GIPS - é outras das vertentes das quais depende o sucesso no combate aos fogos. É, para Henrique Fernandes, o “segredo”. “A diferença entre 2005 e 2006 [em termos de número de incêndios] deve–se, em boa parte, ao facto de a primeira intervenção estar devidamente rotinizada”, considerou.No ano passado, acrescentou, apesar de ter havido semanas com condições meteorológicas idênticas a igual período de 2005 - ano crítico para a região em termos de fogos -, não houve grandes problemas. “A primeira intervenção correu bem”, concluiu.A primeira intervenção, refira–se, deve decorrer no máximo 20 minutos depois do alerta. Os meios aéreos estão colocados, na região Centro como em todo o país, em pontos estratégicos por forma a permitir o cumprimento deste prazo. Mediante a sua capacidade em termos de velocidade e autonomia, os meios são deslocados num raio de 15 ou 30 quilómetros. O CMA da Lousã vai receber, em breve, um novo meio aéreo de combate a incêndios cujo raio de actuação chegará aos 50 quilómetros.SimulacroQuatro minutos para levantar vooSão 11H25. É dado o alerta e toca a sirene. Sete elementos do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da Lousã apressam–se para junto do equipamento. Vestem–no. Colocam o capacete. Põem a mochila às costas e calçam as luvas. Formam “uma coluna por um” e páram, sabendo de antemão qual o lugar que devem ocupar pela ferramenta que transportam e pela função que foi destinada a cada um deles. Passaram 30, 40 segundos no máximo.Seguem depois, em passo de corrida, para a zona onde devem aguardar até lhes ser dada a ordem de embarque no helicóptero que os há–de levar ao incêndio que agora começou. Passou um minuto. Minuto e meio no máximo.Chega o “ok” e os militares embarcam. Foi dada a ordem e o heli levanta voo. Passaram quatro minutos no máximo.Ontem, isto foi apenas um simulacro realizado pelo GIPS da Lousã no Centro de Meios Aéreos para mostrar ao governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, como funciona uma intervenção com meio aéreo. Se não fosse, deveria ter decorrido de igual forma, como normalmente acontece, explicou, ontem o sargento Teixeira.Já em pleno voo, o heli ou o meio aéreo deslocado deve demorar, no máximo, 15 minutos a chegar ao local para que os militares realizem a primeira intervenção. Isto, no caso de o foco de incêndio se situar num raio de 30 quilómetros. Se for num raio de 15, o meio não deve demorar mais de 6 minutos.“Quando foram definidos os raios de intervenção [15 ou 30] isso teve precisamente a ver os 15 minutos, o tempo que é considerado ideal para a primeira intervenção após o alerta”, disse, aos jornalistas, o comandante operacional distrital do Comando Distrital de Operações de Socorro de Coimbra, António Martins.Para além da intervenção com meios aéreos, a actuação dos elementos do GIPS faz–se também por terra, através dos patrulhamentos, que permitem percorrer 200 quilómetros de floresta em seis horas.O único problema das equipas que fazem patrulhamentos é a falha das comunicações: do GPS, do telemóvel, do rádio. Acontecem muitas vezes, sobretudo nos concelhos da Lousã, de Penela e de Penacova. E já aconteceram todas ao mesmo tempo. “Funcionou, então, o sentido de orientação”, disse o sargento Teixeira.De resto, o GIPS, por ser uma equipa militar, pode activar outras forças de segurança, como a BT. E pode notificar, por exemplo, os proprietários para a limpeza da floresta, como determina a lei. “Em mês e meio, fizemos cerca de 400 notificações”, precisou o sargento Teixeira.Plano Operacional Municipal da LousãFoz de Arouce é a freguesia que mais ardeFoz de Arouce é, no concelho da Lousã, a freguesia que mais arde e aquela que tem o risco mais elevado de incêndio, conclui o Plano Operacional Municipal da Lousã (POM) 2007. O documento foi ontem apresentado ao governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, e indica que há dias do ano, dias da semana e horas que são mais propícios à ocorrência de fogos florestais.Segundo o POM 2007 - cuja quarta versão foi divulgada ontem na Câmara da Lousã -, não é a Serra da Lousã que mais área viu ser consumida pelas chamas nos últimos anos. O espaço tem estado relativamente a salvo do fogo, ao contrário das zonas de “grande pressão humana”, onde é registado o maior número de incêndios e que, nos últimos 10 anos, arderam uma média de cinco vezes. Só em Foz de Arouce arderam, na última década, mais de 200 hectares.Outra conclusão do POM 2007 é a de que o sábado e o domingo são os dias de maior incidência dos fogos.No que diz respeito aos horários, refere ainda o POM 2007, os períodos mais críticos costumam ocorrer entre as 13H00 e as 17H59. Curiosamente, a hora do almoço (12H00-12H59) é relativamente calma. Nos últimos anos, têm sido também registados fogos entre as 23H00 e as 00H00.Outros dados constantes no documento é que foram os populares que, entre 2001 e 2006, mais alertaram para a existência de incêndios. Deram mais de metade dos alertas, directamente para as forças de combate ou através do 117.O presidente da autarquia, Fernando Carvalho, aproveitou a ocasião para avisar que o problema dos incêndios não é sempre de âmbito concelhio, uma vez que há fogos “importados”. “Não sei como vamos encontrar solução, mas os grandes incêndios ocorrem no limite do concelho”, constatou Fernando Carvalho. E exemplificou: em 2005, o incêndio que entrou em Coimbra e que, antes, já havia consumido, uma área considerável de floresta na Lousã, teve origem num concelho vizinho.
Fonte: Diario As Beiras
Botucatu - O preparo de pilotos de aeronaves no combate a incêndios florestais é tema de cursos iniciados ontem em Botucatu (100 quilômetros de Bauru). O controle de fogo nas matas com uso de aviões é um recurso recente no País, conforme Astor Schlindwein, piloto agrícola e proprietário de uma empresa especializada. Segundo Schlindwein, a atividade de combate a incêndios em áreas de floresta tem muito potencial para se expandir no País. Ele acredita que, nos próximos anos, vai ocorrer um grande incremento no setor, por conta da crescente preocupação com o meio ambiente. Por isso, a proposta dos cursos é padronizar procedimentos. De ontem até amanhã, estão sendo desenvolvidos no 2.º Curso Brasileiro de Capacitação em Combate Aéreo a Incêndios em Campos e Florestas para Pilotos Agrícolas e pelo Curso Brasileiro de Capacitação em Combate Aéreo a Incêndios em Campos e Florestas para Fiscais Federais Agropecuários. O primeiro dia dos cursos na Fazenda Experimental Lageado, teve palestras proferidas pelo professor Paulo Torres Fenner, do Departamento de Recursos Naturais da FCA; por Monica Maria Sarmento e Souza Pinho, representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e por Astor Schlindwein, piloto agrícola e proprietário da Americasul, empresa pioneira no setor de combate a incêndios florestais.Hoje, as atividades práticas serão realizadas no Aeroporto Estadual “Tancredo Neves”, em Botucatu. Na quinta-feira, ocorre o 2.º Simpósio Internacional sobre Prevenção e Combate Aéreo a Incêndios em Campos e Florestas no Brasil, com participação de profissionais, empresas e entidades governamentais ligados ao tema. O simpósio inicia o Congresso Brasileiro de Ciência Aeroagrícola. De quinta a sábado, paralelamente ao Congresso, será realizada a Feira Nacional Aeroagrícola (Aeroagro), com exposição de aviões, peças e equipamentos, além de outros produtos e serviços. No encerramento, estão previstos vôos de demonstração e shows de acrobacia.
Fonte: Jornal da Cidade de Barau

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