A floresta é encarada como uma fileira potencial para o desenvolvimento do país e da região e, como tal, muitos têm sido os planos e actuações colocados no terreno de forma a promover o ordenamento preservação florestal, bem como a prevenção contra incêndios, uma vez que estes são um dos maiores flagelos que atingem a floresta portuguesa. Para Marta Ribeiro Telles, da Associação de Produtores Florestais da Beira Interior (AFLOBEI), “ futuro do ordenamento florestal vai passar pela criação de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF)”, que representa “a união de vários proprietários e várias propriedades numa área conjunta gerida apenas por uma entidade”. De acordo com a engenheira florestal, esta opção assume-se de grande relevância em regiões com as características de Castelo Branco, na medida em que “só aumentando a dimensão territorial é possível viabilizar a gestão florestal sustentável e tornar mais eficaz a defesa da floresta contra incêndios”. Por isso, a AFLOBEI tem vindo a juntar vários proprietários em áreas agrupadas “ de modo a criar uma área contígua onde é feita uma gestão sustentável da floresta, tendo em conta as funções sociais, económicas e ambientais”, assegurando, simultaneamente, que os apoios obtidos ganhem maior eficiência. Actualmente, a AFLOBEI está na fase final da constituição de quatro ZIF: Sarzedas-Estacal, Sarzedas- Magarefa, Monforte da Beira-Malpica do Tejo Penha Garcia. A importância das ZIF uma questão também assumida por José Bernardino, responsável do Núcleo Florestal do Pinhal e Beira Interior Sul da Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF), como “fundamental para o ordenamento florestal” e, consequentemente, para o desenvolvimento rural. No entanto, a burocracia o facto de os terrenos serem maioritariamente privados apresentam-se como uma espécie de obstáculo à concretização daqueles projectos. “A floresta é uma área essencialmente privada, onde mandam os proprietários. Sem eles, não vamos longe e nem sempre é fácil negociar” ou até mesmo encontrá-los. Até porque o Distrito de Castelo Branco reúne características que, por si só, não facilitam a agilização do processo, nomeadamente a desertificação, a ausência de cadastro rural, a desactualização nos registos matriciais e o desconhecimento dos limites das propriedades, podendo ainda acrescentar-se a “desmotivação e desinteresse pela actividade florestal” e a “falta de estruturas associativas consolidadas”. Para aquele responsável, o ordenamento florestal passa pela concretização de quatro objectivos: a prevenção dos riscos naturais (incêndios), o aumento das produtividades associadas ao uso do espaço, considerando os valores patrimoniais, económicos, ecológicos e sociais, a valorização, dignificação e sustentabilidade do emprego no espaço rural e a incrementação de um tecido empresarial rural. Objectivos estes que envolvem questões como o planeamento do espaço e das espécies, a criação de uma rede de faixas de redução de combustível e, entre outros, a regularização da situação jurídica dos prédios rústicos.
Prevenção contra incêndios
Os incêndios florestais podem “em poucos minutos estragar o trabalho de vários anos”, por isso, a prevenção assume grande importância. Marta Ribeiro Telles defende que é necessário “devolver aos proprietários a confiança na floresta”, bem como “combater a desertificação do espaço florestal fixando pessoas e consagrando a floresta como um sector dinâmico e rentável”. Assim, a AFLOBEI tem vindo a realizar acções de prevenção, como a beneficiação de caminhos ou a realização de operações de silvicultura preventiva. “A Associação tem, aliás, realizado protocolos com diversas freguesias do concelho de Idanha-a-Nova, estando encarregues da limpeza de caminhos, de modo a melhorar as acessibilidades nas freguesias”, adianta Marta Ribeiro Telles. Por outro lado, a Associação tem ainda duas equipas de Sapadores Florestais, uma na freguesia de Castelo Branco, outra na de Penha Garcia, sempre ao dispor dos associados De acordo com José Bernardino, entre 1980 e 2005, arderam no distrito quase 360 mil hectares de floresta. Apesar dos prejuízos a vários níveis que os incêndios provocam, o responsável do Núcleo Florestal do Pinhal e Beira Interior Sul defende que também se pode assumir que “o pós-fogo se poderá revelar como uma oportunidade de, a vários e diferentes níveis, se poder iniciar uma nova fase”. Uma tarefa que pode ser “árdua” e que exige o esforço de todos. “Só com a motivação e empenho de todos se poderá iniciar com sucesso um processo de estruturação, organização, implementação e mesmo de financiamento de trabalhos no espaço rural e florestal”. No campo dos incêndios, José Bernardino defende que a criação de uma rede primária (zona que oferece segurança aos bombeiros e onde deverá ser possível estancar um fogo) é estruturante e indispensável. A sensibilização é também uma das apostas que a AFLOBEI considera como “fundamental”. Marta Ribeiro Telles adianta que a Associação “tem tido a preocupação de promover a comunicação entre os vários agentes da fileira florestal, impulsionando a discussão em torno dos grandes temas” através de vários suportes: um programa de rádio, com mais de 50 edições, o jornal Folha Florestal, com 15 edições e a realização de seminários e acções de sensibilização. Nesta área, José Bernardino considera que as pessoas estão sensibilizadas e sabem o que está ou não correcto, mas nem sempre estão dispostas a adoptar os comportamentos adequados. “As pessoas só se lembram de Santa Bárbara quando faz trovoada”, diz, acrescentando que sensibilização é educação. “Será que as pessoas estão dispostas a ser sensibilizadas’”, questiona.
Certificação da Gestão Florestal
“Tudo indica que a médio prazo a certificação se irá tornar um instrumento fundamental no mercado dos produtos florestais”, garantindo aos consumidores que os produtos vêm de florestas geridas de forma sustentável, explica Marta Ribeiro Telles. Por isso, a AFLOBEI tem movido esforços na área da Certificação da Gestão Florestal, procurando “compreender quais as verdadeiras potencialidades da certificação florestal em Portugal e, mais concretamente, no Distrito”. Tendo em conta a função ambiental da floresta, nomeadamente no que toca à fixação de carbono, que garante a “manutenção e preservação dos ecossistemas indispensáveis ao equilíbrio do planeta”, a AFLOBEI aderiu ao projecto Extensity – Sistemas de Gestão Ambiental e de Sustentabilidade na Agricultura Extensiva, um projecto financiado pelo programa LIFE da Comissão Europeia e coordenado pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Como explica Marta Ribeiro Telles, o Extensity “assenta em práticas agro-florestais que promovem a melhoria dos aspectos ambientais, sociais e económicos das explorações. No futuro, consideramos que será necessário passar a compensar economicamente os proprietários agrícolas e florestais que investem nestes aspectos, os quais trazem benefícios para toda a sociedade”, no que diz respeito, por exemplo à conservação da natureza, defesa da biodiversidade, combate às alterações climáticas, manutenção da qualidade da água e do ciclo hidrológico, melhoria da estrutura dos solos e qualidade da paisagem e do ar que respiramos.
Prevenção contra incêndios
Os incêndios florestais podem “em poucos minutos estragar o trabalho de vários anos”, por isso, a prevenção assume grande importância. Marta Ribeiro Telles defende que é necessário “devolver aos proprietários a confiança na floresta”, bem como “combater a desertificação do espaço florestal fixando pessoas e consagrando a floresta como um sector dinâmico e rentável”. Assim, a AFLOBEI tem vindo a realizar acções de prevenção, como a beneficiação de caminhos ou a realização de operações de silvicultura preventiva. “A Associação tem, aliás, realizado protocolos com diversas freguesias do concelho de Idanha-a-Nova, estando encarregues da limpeza de caminhos, de modo a melhorar as acessibilidades nas freguesias”, adianta Marta Ribeiro Telles. Por outro lado, a Associação tem ainda duas equipas de Sapadores Florestais, uma na freguesia de Castelo Branco, outra na de Penha Garcia, sempre ao dispor dos associados De acordo com José Bernardino, entre 1980 e 2005, arderam no distrito quase 360 mil hectares de floresta. Apesar dos prejuízos a vários níveis que os incêndios provocam, o responsável do Núcleo Florestal do Pinhal e Beira Interior Sul defende que também se pode assumir que “o pós-fogo se poderá revelar como uma oportunidade de, a vários e diferentes níveis, se poder iniciar uma nova fase”. Uma tarefa que pode ser “árdua” e que exige o esforço de todos. “Só com a motivação e empenho de todos se poderá iniciar com sucesso um processo de estruturação, organização, implementação e mesmo de financiamento de trabalhos no espaço rural e florestal”. No campo dos incêndios, José Bernardino defende que a criação de uma rede primária (zona que oferece segurança aos bombeiros e onde deverá ser possível estancar um fogo) é estruturante e indispensável. A sensibilização é também uma das apostas que a AFLOBEI considera como “fundamental”. Marta Ribeiro Telles adianta que a Associação “tem tido a preocupação de promover a comunicação entre os vários agentes da fileira florestal, impulsionando a discussão em torno dos grandes temas” através de vários suportes: um programa de rádio, com mais de 50 edições, o jornal Folha Florestal, com 15 edições e a realização de seminários e acções de sensibilização. Nesta área, José Bernardino considera que as pessoas estão sensibilizadas e sabem o que está ou não correcto, mas nem sempre estão dispostas a adoptar os comportamentos adequados. “As pessoas só se lembram de Santa Bárbara quando faz trovoada”, diz, acrescentando que sensibilização é educação. “Será que as pessoas estão dispostas a ser sensibilizadas’”, questiona.
Certificação da Gestão Florestal
“Tudo indica que a médio prazo a certificação se irá tornar um instrumento fundamental no mercado dos produtos florestais”, garantindo aos consumidores que os produtos vêm de florestas geridas de forma sustentável, explica Marta Ribeiro Telles. Por isso, a AFLOBEI tem movido esforços na área da Certificação da Gestão Florestal, procurando “compreender quais as verdadeiras potencialidades da certificação florestal em Portugal e, mais concretamente, no Distrito”. Tendo em conta a função ambiental da floresta, nomeadamente no que toca à fixação de carbono, que garante a “manutenção e preservação dos ecossistemas indispensáveis ao equilíbrio do planeta”, a AFLOBEI aderiu ao projecto Extensity – Sistemas de Gestão Ambiental e de Sustentabilidade na Agricultura Extensiva, um projecto financiado pelo programa LIFE da Comissão Europeia e coordenado pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Como explica Marta Ribeiro Telles, o Extensity “assenta em práticas agro-florestais que promovem a melhoria dos aspectos ambientais, sociais e económicos das explorações. No futuro, consideramos que será necessário passar a compensar economicamente os proprietários agrícolas e florestais que investem nestes aspectos, os quais trazem benefícios para toda a sociedade”, no que diz respeito, por exemplo à conservação da natureza, defesa da biodiversidade, combate às alterações climáticas, manutenção da qualidade da água e do ciclo hidrológico, melhoria da estrutura dos solos e qualidade da paisagem e do ar que respiramos.
Fonte: Jornal Regional
Responsáveis por fogos florestais
Detidos por fogos florestais
Detidos por fogos florestais
Dois indivíduos de 18 e 16 anos, foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ), através da Directoria de Lisboa, no dia 14 de Julho, por suspeita da prática de três crimes de incêndio florestal e quatro crimes de dano através de fogo, informou a PJ em comunicado.
Os incêndios que deflagraram nos concelhos de Almeirim e Coruche, entre os dias 12 e 30 de Junho deste ano, destruíram espaços florestais, junto de povoações. O suspeitos que tinham como único objectivo a prática de vandalismo e o gosto pelas chamas, terão iniciado os incêndios através de um isqueiro, deslocando-se através de uma motorizada.Os dois jovens, foram presentes a tribunal para um primeiro interrogatório, tendo-lhes sido aplicada a medida de coacção de prisão preventiva.
Fonte: Correio da Manhã
Denomina-se «F3-Forest Find Finder», foi inventado por cientistas portugueses e deverá revolucionar a detecção de incêndios. O sistema é inovador já que detecta e localiza o incêndio em menos de cinco minutos, transmitindo logo de seguida os dados aos meios de socorro.
O fogo é detectado num raio de 15 quilómetros através da análise química da atmosfera. Num artigo publicado em Dezembro de 2006, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa já considerava este sistema "muito mais fiável do que os sistemas ópticos existentes no mercado, em que o incêndio é detectado através da análise das fontes de calor ou de imagem".
O «F3-Forest Find Finder» determina a localização exacta e indica a melhor forma de acesso ao local, e envia imagens de alta resolução do incêndio.
Tudo isto em segundos, directamente para a estação de controlo ou para a viatura de intervenção, sem necessidade de intervenção humana. Estas características são decisivas no combate aos fogos florestais porque o tempo de chegada dos meios de socorro e a determinação do local exacto do incêndio são os factores mais importantes para um combate eficaz aos fogos florestais.
Segundo dados apurados pela consultora McKinsey, num estudo elaborado para o Governo português, apenas oito minutos de diferença na chegada dos meios de socorro separam um grande de um pequeno incêndio. Em 2005, por exemplo, apenas ocorreram 94 grandes incêndios (com área superior a 500 hectares), o que corresponde a 0,3 por cento do total de fogos florestais. No entanto, estes foram responsáveis por mais de 70 por cento da superfície total queimada.
300 F3 para todo o país
Para cobrir todo o país, seriam necessários cerca de 300 sistemas F3, o que representaria um investimento de cerca de 30 milhões de euros. "Trata-se de um investimento bastante baixo, comparativamente com o que se gasta anualmente em detecção", garante João Matos, um dos investigadores responsáveis pelo inovador sistema de detecção e localização de incêndios.
Em 2005, só em perdas florestais, os incêndios causaram um prejuízo avaliado em 500 milhões de euros, segundo o Ministério da Agricultura. Por ano, as acções de prevenção e combate aos fogos florestais custam ao Governo mais de 120 milhões de euros.
Só com os 237 postos de vigia espalhados pelo território nacional o estado português gasta perto de 6 milhões de euros, sendo que em 2006, apenas oito por cento dos incêndios florestais foram aqui detectados e que, no litoral do país, a eficácia destes postos é inferior a um por cento.
"O Forest Fire Finder é uma ferramenta que apresenta a possibilidade de criar uma malha nacional de detecção, eficaz em menos de cinco minutos, e que permite aos bombeiros reduzir o tempo de chegada ao incêndio em mais de 30 por cento. Desta forma, será possível poupar vários milhões de euros, tanto na detecção e combate aos incêndios como nos custos decorrentes dos prejuízos causados pelos fogos", assegura ainda o investigador João Matos.
O F3 já foi adquirido por uma associação florestal portuguesa. A NGNS, que comercializa o sistema, está também em vias de fechar contrato com empresas de França, Chile, Uruguai, Emirados Árabes Unidos e Irão.
O fogo é detectado num raio de 15 quilómetros através da análise química da atmosfera. Num artigo publicado em Dezembro de 2006, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa já considerava este sistema "muito mais fiável do que os sistemas ópticos existentes no mercado, em que o incêndio é detectado através da análise das fontes de calor ou de imagem".
O «F3-Forest Find Finder» determina a localização exacta e indica a melhor forma de acesso ao local, e envia imagens de alta resolução do incêndio.
Tudo isto em segundos, directamente para a estação de controlo ou para a viatura de intervenção, sem necessidade de intervenção humana. Estas características são decisivas no combate aos fogos florestais porque o tempo de chegada dos meios de socorro e a determinação do local exacto do incêndio são os factores mais importantes para um combate eficaz aos fogos florestais.
Segundo dados apurados pela consultora McKinsey, num estudo elaborado para o Governo português, apenas oito minutos de diferença na chegada dos meios de socorro separam um grande de um pequeno incêndio. Em 2005, por exemplo, apenas ocorreram 94 grandes incêndios (com área superior a 500 hectares), o que corresponde a 0,3 por cento do total de fogos florestais. No entanto, estes foram responsáveis por mais de 70 por cento da superfície total queimada.
300 F3 para todo o país
Para cobrir todo o país, seriam necessários cerca de 300 sistemas F3, o que representaria um investimento de cerca de 30 milhões de euros. "Trata-se de um investimento bastante baixo, comparativamente com o que se gasta anualmente em detecção", garante João Matos, um dos investigadores responsáveis pelo inovador sistema de detecção e localização de incêndios.
Em 2005, só em perdas florestais, os incêndios causaram um prejuízo avaliado em 500 milhões de euros, segundo o Ministério da Agricultura. Por ano, as acções de prevenção e combate aos fogos florestais custam ao Governo mais de 120 milhões de euros.
Só com os 237 postos de vigia espalhados pelo território nacional o estado português gasta perto de 6 milhões de euros, sendo que em 2006, apenas oito por cento dos incêndios florestais foram aqui detectados e que, no litoral do país, a eficácia destes postos é inferior a um por cento.
"O Forest Fire Finder é uma ferramenta que apresenta a possibilidade de criar uma malha nacional de detecção, eficaz em menos de cinco minutos, e que permite aos bombeiros reduzir o tempo de chegada ao incêndio em mais de 30 por cento. Desta forma, será possível poupar vários milhões de euros, tanto na detecção e combate aos incêndios como nos custos decorrentes dos prejuízos causados pelos fogos", assegura ainda o investigador João Matos.
O F3 já foi adquirido por uma associação florestal portuguesa. A NGNS, que comercializa o sistema, está também em vias de fechar contrato com empresas de França, Chile, Uruguai, Emirados Árabes Unidos e Irão.
Fonte: Mundo Português
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