Numa visita que fez ontem ao concelho da Figueira da Foz, no âmbito da Segurança e Protecção Civil, o Governador Civil de Coimbra recebeu da Câmara Municipal o Plano Operacional Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios para a região figueirense O Município da Figueira da Foz foi um dos 18 concelhos do Distrito de Coimbra que cumpriu com a entrega do Plano Operacional Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios para 2007, entregando ontem esse documento, no decorrer de uma iniciativa em que participou o governador civil, juntamente com outras entidades envolvidas na segurança das florestas, sobre “Incêndios Florestais 2007”, que decorreu nas instalações da Direcção-Geral de Recursos Florestais, na Serra da Boa Viagem.Posteriormente, seguiu-se uma visita à Torre de Vigia da Serra da Boa Viagem (GNR), seguida das áreas intervencionadas no âmbito da silvicultura preventiva.Na Casa das Cruzinhas decorreu a apresentação do Plano Municipal, com palavras iniciais do vereador Lídio Lopes, que explicou os objectivos do mesmo. O Município da Figueira da Foz tem 39,3% do seu território florestal ocupado por áreas protegidas, dispondo de um dispositivo com estrutura móvel de vigilância, detecção e primeira intervenção, combate, rescaldo e vigilância pós-rescaldo, através das corporações de Bombeiros Municipais e Voluntários, equipa de Sapadores Florestais, GNR, ICNB, DGRF/DFCI, Programa “Sou Jovem” e Voluntariado Jovem para as Florestas. Ângela Borges pormenorizou depois a função de cada uma das forças no terreno, garantindo 24 horas de vigilância na Serra da Boa Viagem, incluindo 8 postos de vigia no concelho, falando também das prioridades de defesa como escolas, zonas industriais, matas, etc.Depois deste plano, Lídio Lopes concluiu afirmando que em cada cidadão «deve estar um alerta», esperando, também «uma boa dose de sorte para que tudo corra bem».Henriques Fernandes congratulou-se com o excelente trabalho apresentado. «A Figueira da Foz tem dado sempre boas prestações nesta matéria». Estas reuniões decorrem no âmbito das atribuições e competências do governador civil para «verificar e apoiar a operacionalidade dos meios de protecção civil, em especial na prevenção e no combate aos incêndios florestais».O governador falou também da importância dos cidadãos na «defesa e salvaguarda da floresta», da estratégia que o município figueirense tem montada, incluindo os postos de vigia e a participação cívica dos jovens, com equipas a percorrer cinco percursos em forma de vigia, para evitar negligências, lembrando que todos os cuidados são poucos e que a prevenção deve ser feita o ano todo, evitando falar em época de fogos.Projecto norueguês contempla Figueira da FozCerca de 700 mil hectares de floresta, em 34 concelhos da região centro (dos quais 15 são no distrito de Coimbra), vão ser infra-estruturados até Dezembro de 2009, no âmbito de um projecto com origem na Noruega, ontem apresentado na Figueira da Foz. A intervenção, que segundo António Gravato, director da Circunscrição Florestal do Centro (CDF), «vem ajudar a repovoar a floresta portuguesa», inclui a criação de “zonas tampão”, livres de combustível ou de combustível reduzido, edificação de parques de lazer e construção ou manutenção de rede viária. «A mais-valia é permitir implementar no terreno aquilo de que andamos a falar há imenso tempo. Temos de criar infra-estruturas de prevenção para que se possa depois instalar a floresta numa perspectiva de continuidade e sustentabilidade», disse aos jornalistas António Gravato, à margem de uma visita do governador civil à serra da Boa Viagem. O projecto vai ser desenvolvido até Dezembro de 2009 em duas áreas demarcadas da região Centro: as Montanhas Ocidentais, que incluem a zona do Dão-Lafões e Centro Litoral, e a Cordilheira Central, que abrange a Beira Interior Norte e o Pinhal Interior Norte. «Não prevê a plantação, mas sim a infra-estruturação das áreas, onde depois se vai implementar a nova floresta. É um contributo inovador a nível nacional, traduz na prática o que nós, florestais, andamos a discutir na teoria há muitos anos», argumentou.«Não basta só cortar o queimado e plantar. Depois volta a arder passados uns anos», acrescentou o mesmo responsável.A coordenação das Montanhas Ocidentais ficará instalada na Figueira da Foz, enquanto a Lousã receberá os escritórios da zona da Cordilheira Central. A aplicação do projecto “EEA Grants”, um programa financeiro no valor de 1,2 milhões de euros, comparticipado pela Noruega, Islândia e Liechtenstein, foi já aprovada. «Depois de várias reuniões, umas mais optimistas que outras, finalmente conseguimos, sobretudo através da componente norueguesa. Está aprovado, vamos começar de imediato», disse António Gravato. Este responsável lembrou que os noruegueses promoveram, há 20 anos, a construção do centro de operações florestais (COTF) da Lousã, existindo, desde essa altura, uma ligação entre técnicos de ambos os países, agora considerada «determinante» para a aprovação do projecto.Quatro técnicos portugueses vão integrar «em permanência» o projecto, cuja aplicação será avaliada por noruegueses e islandeses.O responsável da CFC manifestou-se convicto de que os trabalhos no terreno estarão concluídos até Dezembro de 2009. «Era algo que ambicionávamos há imenso tempo e agora temos, está bem concebido na perspectiva prática de o podermos executar. Daqui a três anos estaremos aqui a festejar a implantação da primeira rede de infra-estruturação [da floresta] da região Centro», garantiu António Gravato.
Fonte: Diario de coimbra
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