sexta-feira, 27 de abril de 2007

Campanha de Reflorestação do Projecto Floresta Unida ( Clique aqui e saiba como participar)

O Parlamento aprovou hoje por unanimidade a criação de uma comissão para avaliar a política do Governo para a defesa da floresta contra incêndios, num debate em que a oposição reclamou a prioridade à prevenção.
«A prevenção continua a ser o calcanhar de Aquiles do Governo PS», afirmou a deputada do PSD Ofélia Monteiro, defendendo a aposta no emparcelamento da propriedade, e o reforço dos meios na protecção e vigilância.
O projecto de resolução hoje aprovado por todos os grupos parlamentares propõe a «constituição de uma comissão de acompanhamento e avaliação da política nacional de defesa da floresta contra incêndios».
O deputado do PS Horácio Antunes defendeu que as prioridades da comissão devem ser acompanhar os projectos de recuperação das áreas ardidas, melhorar o estatuto do bombeiro voluntário e fazer o balanço das políticas do governo na «mitigação do flagelo dos incêndios florestais».
A deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista «Os Verdes», defendeu que a comissão, que considerou «um passo importante», deve centrar-se não apenas no combate aos incêndios mas nas medidas de prevenção e ordenamento florestal, ideia aliás defendida pelas outras bancadas parlamentares.
Saudando a criação da comissão, o deputado do PCP Agostinho Lopes defendeu no entanto que os incêndios não devastam apenas a floresta portuguesa mas também «o próprio regime democrático, quando se verifica a incapacidade e impotência do poder político para os debelar, como aconteceu nos últimos anos, por inteira responsabilidade de sucessivos governos».
Do lado do BE, a deputada Alda Macedo manifestou preocupação pela «redução do número de funcionários» dos ministérios do Ambiente e da Agricultura mais ligados ao sector florestal.
Do lado do CDS-PP, o deputado Abel Baptista justificou o voto favorável à resolução argumentando que «a floresta »representa a fonte de rendimento para milhares de produtores florestais e agrícolas«.
Fonte: Diário Digital / Lusa
Na semana passada, tive o prazer de ler o livro «Floresta Portuguesa – Imagens de Tempos Idos», o primeiro da colecção «Árvores e Florestas de Portugal», publicada pela Liga para a Protecção da Natureza e pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e editada pelo jornal «Público».
Deste primeiro livro, que fala dos «tempos idos», ficaram-me na retina aquelas fotos, desde o início do século até aos anos 40/50, quando Portugal fez um esforço gigantesco para se florestar, mas também para tirar proveito económico de todo um ecossistema ligado às árvores e à floresta. Não conhecia todo aquele labor organizado, aquele rigor de investigação, de aplicação no terreno de informação científica e técnica, à volta da árvore, da floresta e dos seus múltiplos recursos.Algumas das imagens que mais me despertaram a atenção têm a ver com as operações de arborização levadas a cabo em zonas de dunas litorais, como Mira (Aveiro) e a Costa da Caparica. Nos anos 20/30 do século passado, foram plantados milhares de árvores para suster o avanço das dunas e do mar. Hoje, plantam-se prédios, urbanizações, resorts turísticos. E esperam-se milagres. Mas também não conhecia todo o labor posto à volta do repovoamento de alguns rios com trutas e da criação de centros de produção piscícola, no Gerês por exemplo. Isto nos anos 40!Ou o investimento a abrir estradas e a construir torres de vigia nas zonas florestais do Estado, onde então trabalhavam em permanência muitos guardas-florestais. Nos anos 30 e 40!São mesmo «imagens de tempos idos». É verdade que muita coisa mudou, entretanto, que agora se faz com máquinas o que antes se fazia à força de braços e de animais, que a mão-de-obra é bem mais cara. Mas também é verdade que foi toda uma cultura de amor à árvore e à floresta que se perdeu algures, no virar dos anos. No fundo, é todo um mundo rural que está em causa.E o resultado de tudo isto são os incêndios avassaladores que tudo devoram – árvores, pessoas, animais, casas, modos de vida -, mas é também o abandono, a desertificação humana desses espaços do imenso interior.Estou curiosa para ler os restantes oito volumes desta colecção. Quanto mais não seja, porque acho que nos farão pensar!
Fonte: Barlavento On-Line

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