O Parlamento aprovou hoje por unanimidade a criação de uma comissão para avaliar a política do Governo para a defesa da floresta contra incêndios, num debate em que a oposição reclamou a prioridade à prevenção.
«A prevenção continua a ser o calcanhar de Aquiles do Governo PS», afirmou a deputada do PSD Ofélia Monteiro, defendendo a aposta no emparcelamento da propriedade, e o reforço dos meios na protecção e vigilância.
O projecto de resolução hoje aprovado por todos os grupos parlamentares propõe a «constituição de uma comissão de acompanhamento e avaliação da política nacional de defesa da floresta contra incêndios».
O deputado do PS Horácio Antunes defendeu que as prioridades da comissão devem ser acompanhar os projectos de recuperação das áreas ardidas, melhorar o estatuto do bombeiro voluntário e fazer o balanço das políticas do governo na «mitigação do flagelo dos incêndios florestais».
A deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista «Os Verdes», defendeu que a comissão, que considerou «um passo importante», deve centrar-se não apenas no combate aos incêndios mas nas medidas de prevenção e ordenamento florestal, ideia aliás defendida pelas outras bancadas parlamentares.
Saudando a criação da comissão, o deputado do PCP Agostinho Lopes defendeu no entanto que os incêndios não devastam apenas a floresta portuguesa mas também «o próprio regime democrático, quando se verifica a incapacidade e impotência do poder político para os debelar, como aconteceu nos últimos anos, por inteira responsabilidade de sucessivos governos».
Do lado do BE, a deputada Alda Macedo manifestou preocupação pela «redução do número de funcionários» dos ministérios do Ambiente e da Agricultura mais ligados ao sector florestal.
Do lado do CDS-PP, o deputado Abel Baptista justificou o voto favorável à resolução argumentando que «a floresta »representa a fonte de rendimento para milhares de produtores florestais e agrícolas«.
Fonte: Diário Digital / Lusa
«A prevenção continua a ser o calcanhar de Aquiles do Governo PS», afirmou a deputada do PSD Ofélia Monteiro, defendendo a aposta no emparcelamento da propriedade, e o reforço dos meios na protecção e vigilância.
O projecto de resolução hoje aprovado por todos os grupos parlamentares propõe a «constituição de uma comissão de acompanhamento e avaliação da política nacional de defesa da floresta contra incêndios».
O deputado do PS Horácio Antunes defendeu que as prioridades da comissão devem ser acompanhar os projectos de recuperação das áreas ardidas, melhorar o estatuto do bombeiro voluntário e fazer o balanço das políticas do governo na «mitigação do flagelo dos incêndios florestais».
A deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista «Os Verdes», defendeu que a comissão, que considerou «um passo importante», deve centrar-se não apenas no combate aos incêndios mas nas medidas de prevenção e ordenamento florestal, ideia aliás defendida pelas outras bancadas parlamentares.
Saudando a criação da comissão, o deputado do PCP Agostinho Lopes defendeu no entanto que os incêndios não devastam apenas a floresta portuguesa mas também «o próprio regime democrático, quando se verifica a incapacidade e impotência do poder político para os debelar, como aconteceu nos últimos anos, por inteira responsabilidade de sucessivos governos».
Do lado do BE, a deputada Alda Macedo manifestou preocupação pela «redução do número de funcionários» dos ministérios do Ambiente e da Agricultura mais ligados ao sector florestal.
Do lado do CDS-PP, o deputado Abel Baptista justificou o voto favorável à resolução argumentando que «a floresta »representa a fonte de rendimento para milhares de produtores florestais e agrícolas«.
Fonte: Diário Digital / Lusa
Na semana passada, tive o prazer de ler o livro «Floresta Portuguesa – Imagens de Tempos Idos», o primeiro da colecção «Árvores e Florestas de Portugal», publicada pela Liga para a Protecção da Natureza e pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e editada pelo jornal «Público».
Deste primeiro livro, que fala dos «tempos idos», ficaram-me na retina aquelas fotos, desde o início do século até aos anos 40/50, quando Portugal fez um esforço gigantesco para se florestar, mas também para tirar proveito económico de todo um ecossistema ligado às árvores e à floresta. Não conhecia todo aquele labor organizado, aquele rigor de investigação, de aplicação no terreno de informação científica e técnica, à volta da árvore, da floresta e dos seus múltiplos recursos.Algumas das imagens que mais me despertaram a atenção têm a ver com as operações de arborização levadas a cabo em zonas de dunas litorais, como Mira (Aveiro) e a Costa da Caparica. Nos anos 20/30 do século passado, foram plantados milhares de árvores para suster o avanço das dunas e do mar. Hoje, plantam-se prédios, urbanizações, resorts turísticos. E esperam-se milagres. Mas também não conhecia todo o labor posto à volta do repovoamento de alguns rios com trutas e da criação de centros de produção piscícola, no Gerês por exemplo. Isto nos anos 40!Ou o investimento a abrir estradas e a construir torres de vigia nas zonas florestais do Estado, onde então trabalhavam em permanência muitos guardas-florestais. Nos anos 30 e 40!São mesmo «imagens de tempos idos». É verdade que muita coisa mudou, entretanto, que agora se faz com máquinas o que antes se fazia à força de braços e de animais, que a mão-de-obra é bem mais cara. Mas também é verdade que foi toda uma cultura de amor à árvore e à floresta que se perdeu algures, no virar dos anos. No fundo, é todo um mundo rural que está em causa.E o resultado de tudo isto são os incêndios avassaladores que tudo devoram – árvores, pessoas, animais, casas, modos de vida -, mas é também o abandono, a desertificação humana desses espaços do imenso interior.Estou curiosa para ler os restantes oito volumes desta colecção. Quanto mais não seja, porque acho que nos farão pensar!
Deste primeiro livro, que fala dos «tempos idos», ficaram-me na retina aquelas fotos, desde o início do século até aos anos 40/50, quando Portugal fez um esforço gigantesco para se florestar, mas também para tirar proveito económico de todo um ecossistema ligado às árvores e à floresta. Não conhecia todo aquele labor organizado, aquele rigor de investigação, de aplicação no terreno de informação científica e técnica, à volta da árvore, da floresta e dos seus múltiplos recursos.Algumas das imagens que mais me despertaram a atenção têm a ver com as operações de arborização levadas a cabo em zonas de dunas litorais, como Mira (Aveiro) e a Costa da Caparica. Nos anos 20/30 do século passado, foram plantados milhares de árvores para suster o avanço das dunas e do mar. Hoje, plantam-se prédios, urbanizações, resorts turísticos. E esperam-se milagres. Mas também não conhecia todo o labor posto à volta do repovoamento de alguns rios com trutas e da criação de centros de produção piscícola, no Gerês por exemplo. Isto nos anos 40!Ou o investimento a abrir estradas e a construir torres de vigia nas zonas florestais do Estado, onde então trabalhavam em permanência muitos guardas-florestais. Nos anos 30 e 40!São mesmo «imagens de tempos idos». É verdade que muita coisa mudou, entretanto, que agora se faz com máquinas o que antes se fazia à força de braços e de animais, que a mão-de-obra é bem mais cara. Mas também é verdade que foi toda uma cultura de amor à árvore e à floresta que se perdeu algures, no virar dos anos. No fundo, é todo um mundo rural que está em causa.E o resultado de tudo isto são os incêndios avassaladores que tudo devoram – árvores, pessoas, animais, casas, modos de vida -, mas é também o abandono, a desertificação humana desses espaços do imenso interior.Estou curiosa para ler os restantes oito volumes desta colecção. Quanto mais não seja, porque acho que nos farão pensar!
Fonte: Barlavento On-Line
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