INCÊNDIOS 2007 - 200 MILITARES TREINAM EM PORTALEGRE
A Guarda Nacional Republicana está a formar no Agrupamento de Instrução de Portalegre o segundo grupo de militares para o Grupo de Intervenção Protecção e Socorro (GIPS)। A formação, que teve início a 26 de Março, vai prolongar-se até ao dia 4 de Abril. Apesar dos treinos duros e intensos, os militares confessam estar preparados para enfrentar os incêndios que se avizinham.
Cerca de 200 militares, 12 dos quais do sexo feminino, pertencentes ao Grupo de Primeira Intervenção a Incêndios Florestais do GIPS da GNR, encontram-se em formação em Portalegre। Apesar de serem todos voluntários, os militares deste Grupo foram e estão sujeitos a rigorosas provas de selecção e formação. No entanto, António Ramos, 2º Comandante do GIPS garante que os seus homens estão preparados para combater o flagelo dos incêndios, sendo que, até ao dia 4 de Abril, os militares "estão a preparar-se para enfrentar todas as situações e circunstâncias que dependam do nosso socorro". O facto de serem militares da Guarda leva António Ramos a salientar que a sua missão consiste apenas em "prepará-los física e psiquicamente para a missão que os espera e que é o combate a incêndios florestais".
Assim, e considerando que Portalegre é o cenário ideal para a formação do GIPS, porque "temos terrenos na Serra de S। Mamede onde podemos fazer queimadas para treinar o pessoal no combate ao fogo e instalações que permitem albergar um número tão grande de militares", o 2º Comandante realça que a formação em Portalegre consiste na preparação para abordar e embarcar num helicóptero, mas também o combate a incêndios florestais। É junto à Barragem de Apartadura que os militares enfrentam o fogo। De realçar a presença de elementos da Escola Nacional de Bombeiros a acompanhar a formação, na medida em que "eles é que se encontram credenciados para fazer queimadas".
Apesar de os incêndios serem apenas uma simulação, o momento é vivido como se de uma situação real se tratasse। Patrícia Carrilho, militar da GNR em formação, confessa que ainda não tem noção do perigo que poderá vir a enfrentar, mas sublinha que "vai ser ainda pior" do que os testes que tem desenvolvido. No entanto, declara estar preparada para o flagelo dos incêndios, bem como os seus companheiros, até porque "estamos todos unidos e a união faz a força". Esta é também a opinião partilhada pelo militar Tiago Salgueiro que acrescenta que "toda a gente que sai deste curso acho que está preparado para qualquer situação que haja lá fora". A hipótese de ingressar no GIPS surgiu quando o jovem se apercebeu da oportunidade que tinha em "ser mais útil à sociedade, ajudando para essa catástrofe que são os incêndios. Em jeito de balanço, Tiago Salgueiro considera que a formação "não está a ser difícil", porque "para quem tem gosto disto não é complicado", e realça também o papel dos formadores que "nos têm ensinado muitas coisas para a catástrofe dos incêndios".
Paralelamente ao curso de formação do GIPS estão a decorrer no País outros, mas de especialidades diferentes। Na Serra da Estrela e em Lisboa está a decorrer um curso de Montanha e no Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa está a ter lugar o curso de Matérias Perigosas, NBQ e estrutura de escolas pesadas. António Ramos revela que, de momento, se encontram à espera para iniciar um curso na Armada de Mergulho e outro de Recuperador/salvador através de acordos com a Força Aérea. Coordenação positiva
Fazendo um balanço do primeiro ano de actuação do GIPS, o 2º Comandante considera que foi "extremamente positivo, em parte foi pela nossa existência, mas também com alguma sorte à mistura", sendo que "isso já foi reconhecido pelas autoridades políticas e não só". Quanto à coordenação com os bombeiros, António Ramos confessa que "acabou por ser bastante positiva". Na sua opinião, tantos os elementos dos bombeiros como da GNR aprenderam uns com os outros e "foi esse o segredo do ano passado", confessa.
Mulheres em combate
A Alferes Sara Quinta e a Tenente Gisela Pinto são as únicas oficiais do sexo feminino a integrar o corpo de oficiais que estão colocados no GIP. De acordo com Sara Quinta os homens vêm isso de "maneira muito normal", até porque "nós também fazemos por isso. Tentamos sempre que tudo seja de igual forma e julgo que essa diferença não se faz sentir".
Ingressar na GNR é um sonho que Sara Quinta tinha desde os seus 12 anos। Primeiro começou por pensar em ingressar na Academia Militar e depois surgiu a carreira na GNR e "tenho gostado bastante da experiência", confessa a Alferes, acrescentando que "os objectivos vão-se criando sempre ao longo da nossa carreira mas até agora tenho gostado e não me arrependo nada". Desde Dezembro do ano passado que ingressou no GIPS e por isso espera continuar neste Grupo durante "mais alguns anos".
Fonte: Jornal Fonte Nova
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