segunda-feira, 21 de maio de 2007

Campanha de Reflorestação do Projecto Floresta Unida (Clique AQUI e saiba como participar)

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Amanhã pelas 21h00m o Projecto Floresta Unida estará presente na FNAC Coimbra para promoção do projecto e divulgação do apoio que é dado aos varios organismos. Vão estar presentes a DGRF e o Projecto Fire Paradox. Venha conhecer o Projecto Floresta Unida.
Conhece mais pormenores na agenda Cultural da FNAC disponivel em www.fnac.pt .
É um projecto que para muitos é «uma loucura», mas para o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares «é um sonho concretizável», «que vai transformar a face da nossa terra e do próprio distrito». Falamos do aeródromo do Bidoeiro que dentro de quatro anos deverá estar operacional“O sonho comanda a vida”. As palavras do poeta aplicam-se em Vila Nova de Poiares. O sonho aconteceu e já está a tomar forma, com a construção da pista de 2.300 metros, uma operação que conta com o apoio do Regimento de Engenharia de Espinho.Jaime Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, foi o homem do sonho. «Não se consegue só num mandato, mas espero vir a acabá-lo», afirma. Em causa está um projecto que o próprio autarca considera gigantesco, mas que é passível de concretização. A prova está nos trabalhos que decorrem no terreno, que começaram com a desmatação do “plateau” da serra e que já se concentram na construção da pista.O local é considerado pelo autarca como «o ideal» para «um aeródromo com todas as condições», cujas potencialidades terão «duas fases distintas de aproveitamento».A primeira prende-se com o combate aos fogos florestais. Um projecto caro a Jaime Soares, comandante dos bombeiros de Vila Nova de Poiares e também presidente da Federação Distrital de Coimbra dos Bombeiros. «Na região só temos a pista de Seia», lembra Soares, apontando a centralidade territorial da freguesia de Lavegadas e a proximidade/vizinhança com a barragem da Aguieira, fundamental para um abastecimento célere dos aviões anfíbios e mistos usados no combate aos fogos florestais. «Estamos a dois minutos da Aguieira», diz, sublinhando o quanto é importante a rapidez de intervenção dos meios aéreos em situação de fogo na floresta, seja na fase inicial de deflagração, seja numa altura em que as chamas atingem proporções mais relevantes e a força dos meios aéreos é fundamental para debelar o fogo.Conjugada com esta vertente de prevenção e protecção, considerada estratégica num território densamente florestado, como acontece com todos os municípios vizinhos de Vila Nova de Poiares, existe uma segunda via relativamente à qual Jaime Soares entende que o campo de aviação do Bidueiro pode assumir uma importância decisiva.Voos charterTrata-se do aproveitamento da infra-estrutura a criar para receber voos charter e imprimir uma dinâmica nova e diferente em termos de rapidez de acessos, que hoje em dia não existe, afirmando-se como uma terceira via, entre os aeroportos do Porto e de Lisboa. «Uma pista que possa atingir cerca de 2.500 metros permite a aterragem de todo o tipo de aviões, com 100, 200 passageiros». Mas tendo «em conta que o país é pequeno», o afluxo previsto por Jaime Soares relativamente ao Bidueiro centra-se em voos charter com capacidade para entre 40 e 80 passageiros. «Uma situação agradável em termos de excursões, de equipas que se deslocam, para a região, para participarem em congressos ou fazerem turismo».«Aquela pista, depois de devidamente preparada e infraestruturada, pode constituir uma inquestionável plataforma de apoio para toda a região», defende o autarca de Poiares, apontando para as potencialidades, em termos de turismo, gastronomia e artesanato que oferecem o Buçaco, Luso, Góis, Arganil, Lousã, Penacova e, fundamentalmente Coimbra, «a grande atracção» em termos turísticos, no entender de Jaime Soares, que «não tem uma infra-estrutura desta natureza». «Poiares pode vir a ser, para o distrito e fundamentalmente para a cidade de Coimbra, uma importante plataforma de apoio», localizada a escassos 23 quilómetros de distância, ou, como prefere sublinhar o presidente da autarquia, a «um quarto de hora, se porventura resolvermos o problema da Estrada da Beira».Se em si a obra é «uma loucura», mas saudável e importante para a região, os custos de toda a empreitada, envolvendo pista, torre de controlo e estruturas adjacentes que importa construir, poderão ser considerados faraónicos. «A custos de uma administração directa, mais barata, poderá ficar, no mínimo num milhão de contos», de acordo com as contas de Jaime Soares.Quanto ao “timing” de execução, a obra está em curso e «estou convencido que em quatro anos é possível concretizá-la e torná-la operacional», afirma o autarca de Poiares. Actualmente as obras de terraplanagem contam com o apoio da engenharia militar de Espinho e a sua deslocação para o Líbano poderá “adiar” o terminus da construção da pista, que se previa estar concluída dentro de um ano. Sem os militares daquele Regimento, «temos de esperar e ir fazendo a obra, unicamente com os recursos da câmara», adianta Soares.Centro de treinos para combate aos fogosAproveitando o aeródromo e a sua vocação como estrutura de apoio no combate aos fogos florestais, Jaime Soares pensa desenvolver mais o projecto, aproveitando os terrenos baldios cedidos pelas juntas de freguesia.«Gostaria de criar uma estrutura de centro de treinos para combate aos fogos florestais, devidamente preparada, moderna», diz Jaime Soares, sublinhando que se trata de uma área relativamente à qual, sem falsas modéstias, assume ter bons conhecimentos, atestados, de resto, pela sua larga experiência como comandante dos Bombeiros de Vila Nova de Poiares, que acumula com a liderança da Federação de Coimbra.«Cada distrito deve ter um centro para treinar as técnicas de combate aos fogos florestais e podemos ali fazer um espaço avançado da Escola Nacional de Bombeiros onde possamos ter, de raiz, um conjunto de infra-estruturas que fiquem próximas e possam servir toda a região», propõe o autarca.Este pólo estratégico avançado da Escola Nacional de Bombeiros não concorreria, no entender de Jaime Soares, com os serviços prestados pela Escola da Lousã, «que tem valências que não se podem desaproveitar, mas antes complementar e engrandecer em Poiares, pois há muitas áreas nos bombeiros, na formação e no combate aos fogos, que tão pouco se restringem aos fogos florestais», defende, postulando uma lógica de complementaridade.Complementaridade que, de resto, se estende também à pista da Lousã, que Soares não põe em causa, mas, sublinha «não tem muitas possibilidade de se estender mais». Por outro lado, «a que estamos a construir é incomparável em termos de condições, de segurança. São estruturas complementares», remata.
Fonte: Diario de Coimbra

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