quinta-feira, 3 de maio de 2007

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A combustão é uma reacção que se mantém à custa da ocorrência de três componentes essenciais, que formam o chamado Triângulo do Fogo. O conhecimento das características dessas componentes, permite-nos estudar os métodos a aplicar no combate ao fogo.
Nuno Leitão
Com base nos princípios básicos da combustão, é possível identificar as principais técnicas utilizadas no combate aos incêndios florestais. Com a aplicação das operações de combate pretende-se impedir a evolução da combustão com a quebra do
triângulo do fogo. O triângulo é quebrado quando um dos seus lados - Energia, Oxidante, Combustível - é eliminado ou modificado, de maneira a que a combustão não tenha condições para continuar por muito mais tempo.A combustão é uma reacção em cadeia que se mantém graças às três componentes indispensáveis do triângulo do fogo, e como tal, o simples facto de se suprimir ou enfraquecer a acção de uma dessas componentes leva à extinção ou atenuação do fenómeno em curso.
As operações de combate ao fogo são aplicadas, directamente ou indirectamente, na ou nas componentes mais vulneráveis do triângulo do fogo, com vista à redução da velocidade e da intensidade da combustão. A cada uma das três componentes essenciais à combustão, correspondem técnicas de combate, com um grau de especificidade susceptível de contrariar o papel que cada componente desempenha.Para cada componente, existem numerosos métodos de combate que podem ser aplicados. A água, por exemplo, actua na Energia (Calor - Temperatura), e se for empregue em quantidade suficiente, diminuirá a temperatura abaixo do nível de inflamação. O lançamento de terra para o fogo, reduz o fornecimento de oxigénio, actuando-se ao nível do Oxidante (Oxigénio). Com o desbaste da vegetação ao longo de uma linha, antes da passagem do fogo, actua-se na componente Combustível.
Diminuição de calor (componente Energia) O uso da água é, de facto, o melhor método para se reduzir o calor, mas há que ter em atenção o papel do calor no triângulo do fogo. O objectivo é reduzir a temperatura do combustível, e logo, a água deve ser aplicada sobre os combustíveis, em frente à frente de chamas. A aplicação da água sobre as chamas pode também chegar aos combustíveis e arrefecê-los, mas uma grande parte não atingirá o objectivo e/ou perder-se-á por vaporização, sendo muito mais eficaz aplicar-se a água nos combustíveis que se situam logo a seguir à frente de chamas.Por vezes, com
incêndios muito intensos, não é possível haver uma aproximação suficiente para haver uma aplicação directa água nos combustíveis situados à frente das chamas. Nestes casos, pode ser necessário aplicar jactos de água criando um chuveiro sobre as chamas, de forma a atenuá-las. O chuveiro de água cria uma estufa para os gases inflamáveis e ocupa o ar com milhões de finas gotas. Assim que se atenua as chamas, pode-se voltar a actuar directamente sobre os combustíveis.No entanto, a aplicação da água tem de ser adaptada a cada tipo de combustível e cada situação, não sendo um procedimento tão linear quanto possa parecer.
Redução do fornecimento de oxigénio (componente Oxidante)Neste caso, actua-se sobre o oxidante, que nos incêndios florestais, é um papel assumido pelo oxigénio. O objectivo é privar o fogo do oxigénio necessário à combustão. É muito complicado vedar completamente o fornecimento de oxigénio a um fogo a actuar sobre os combustíveis vegetais no exterior. A projecção de terra ou areia sobre os combustíveis que ardem pode retardar o fogo, ao evitar o contacto directo do ar com a superfície do combustível. De qualquer forma, a terra, devido à sua porosidade, não interrompe completamente o fornecimento de oxigénio à zona de combustão, tornando-se difícil extinguir a combustão.Por outro lado, quando os combustíveis vegetais têm pouco altura e têm uma estrutura fina, o fornecimento de oxigénio é facilmente reduzido. As estruturas vegetais com estas características, caso das herbáceas, não retêm durante muito tempo o calor, pelo que uma quebra de fornecimento de oxigénio é, muitas vezes, suficiente para os combustíveis arrefecerem, e quando o fornecimento de oxigénio recupera, o calor já diminuiu abaixo do ponto de inflamação. Assim, actua-se numa componente (oxidante) e impede-se a sustentação de outra (energia). Umas pazadas de terra bem aplicadas, ou o batimento com utensílios próprios, ou mesmo com tecidos, são métodos eficazes para apagar fogos com estas características.
Redução de combustíveis (componente Combustível)Aqui o objectivo é privar o fogo dos materiais necessários à sua propagação. É um bom método para quebrar o triângulo de fogo, mas tem de ser aplicado antes da passagem do fogo, por não se poder actuar na zona de chamas. O método pode impedir a propagação do fogo para um dado local, mas não extingui-lo, havendo necessidade de se utilizar outros métodos para se concluir o processo. Um fogo que se propaga lentamente a longo de uma pequena quantidade de combustível, é eficazmente travado por um rasgo de uma vala até ao solo mineral, à frente da frente de chamas. Um fogo intenso e de progressão rápida obriga à utilização de vários métodos. A actuação sobre esta componente tem, na maioria das vezes, como objectivo a redução dos materiais mais inflamáveis, como ramos e troncos depositados no chão, para se reduzir a intensidade dos fogos e melhorar a eficácia dos outros métodos.
Fonte: Naturlink

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