Grécia: Incêndios matam dezenas de pessoas
Oiço as chamas à minha porta
"Estamos sozinhos e sem ajuda. Não há água em lado nenhum. Já oiço as chamas à minha porta”. O desespero de um habitante da localidade de Adritsaina, contado por telemóvel a uma estação de televisão da Grécia, demonstra bem o drama dos fogos florestais naquele país. Em apenas dois dias e com diversas povoações ainda cercadas pelas chamas, os piores incêndios das últimas décadas já mataram pelo menos 46 pessoas e receia-se que haja mais mortos a lamentar.
Os fogos, que deflagraram na Península do Peloponeso, alargaram-se a novas frentes. Já ontem, as chamas irromperam também nos arredores da capital, Atenas, num dia em que os bombeiros combatiam 87 fogos florestais em vários pontos da Grécia, onde foi declarado o estado de emergência a nível nacional. Os fortes ventos e as elevadas temperaturas que se faziam sentir tornavam ingrata a tarefa dos bombeiros, apesar da ajuda de meios aéreos. As chamas já haviam reclamado pelo menos 46 vidas e as autoridades gregas receiam que, no mínimo, tenham morrido mais quatro pessoas. Foram encontrados cadáveres em casas destruídas pelo fogo, em automóveis e à beira da estrada. Num dos casos, foi encontrado o corpo de uma mulher ainda agarrada ao seu bebé. A juntar ao trágico balanço de vítimas mortais há ainda registo de pelo menos 40 feridos graves. A TV mostrou imagens de sobreviventes a procurar familiares e amigos em povoações arrasadas pelas chamas.A fúria das chamas levou a numerosas evacuações junto a Atenas, inclusivamente de um mosteiro, e ao encerramento da estrada para o aeroporto internacional. A situação é de tal modo catastrófica que levou já o primeiro-ministro grego, Kostas Karamanlis, a falar de “tragédia nacional”, sugerindo que houve fogo posto e prometendo punir os culpados. A Comissão Europeia lamentou a situação dramática que se vive na Grécia, tendo Bruxelas accionado o mecanismo comunitário de Protecção Civil. A França, a Alemanha e a Noruega disponibilizaram meios aéreos para ajudar no combate aos fogos.
Fonte: Correio da Manhã
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