sábado, 18 de agosto de 2007

Um pode querer algo tão natural como oxigenio puro para respirar e pode não o ter! E isso pode acontecer não daqui a 500 anos mas daqui a 20 anos.


O director-geral dos Recursos Florestais manifestou-se hoje convicto de que o uso do fogo, por técnicos credenciados, no combate aos incêndios será cada vez mais frequente em Portugal

«É uma técnica que tende a disseminar-se em Portugal. O que é importante para iniciar um fogo de supressão [para controlar ou extinguir um incêndio] é ter uma base de caminhos florestais e temos em Portugal uma rede imensa», disse Francisco Castro Rego à agência Lusa.
O director-geral dos Recursos Florestais falava no final da sessão 'II Base Científica Europeia do projecto 'Fire Paradox' - Uma abordagem inovadora e integrada à gestão do fogo florestal'.
O projecto europeu 'Fire Paradox' envolve 35 parceiros de 17 países e compreende as dimensões da investigação, desenvolvimento e disseminação, baseando-se no provérbio finlandês - amplamente citado na sessão de hoje - de que «O fogo é um mau patrão mas um bom criado».
Coordenado em Portugal pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa, o projecto compreende a realização de bases, como a que terminou hoje no Centro de Operações e Técnicas Florestais da Lousã, um «laboratório multidisciplinar de troca de pesquisas» em que cerca de 40 participantes se envolveram em exercícios de formação e demonstrações em matéria de fogo de supressão, entre outras actividades.
De acordo com Castro Rego, professor do ISA, as cerca de duas dezenas de intervenções de fogo de supressão realizadas em incêndios ocorridos em Portugal, a partir de 2006, pelas equipas formadas para o efeito (Grupo de Análise e Uso do Fogo - GAUF), «foram todas bem sucedidas e eficazes».
«Disponibilizamos estas equipas [da Direcção-Geral de Recursos Florestais] à Autoridade Nacional de Protecção Civil para o combate. Na prevenção, queremos aumentar imenso o uso desta técnica para manter as redes de defesa da floresta», adiantou.
Contudo, Francisco Castro Rego advertiu que «o facto de haver resultados positivos não pode banalizar a técnica».
«É uma técnica muito exigente e que só pode ser utilizada por quem a domina muito bem», sublinhou o director-geral dos Recursos Florestais.
Os fogos são o factor «mais destrutivo nas florestas dos países mediterrânicos. O 'Fire Paradox' quer criar as bases para novas políticas e práticas de gestão do fogo na Europa: o objectivo é introduzir o fogo como uma componente chave da gestão florestal, baseada na melhor compreensão da filosofia e comportamento do fogo», lê-se num texto sobre o projecto.
Iniciada a 6 de Agosto, esta base científica de Verão do 'Fire Paradox' é a segunda deste projecto integrado europeu, que começou em Março de 2006 e tem uma duração de quatro anos.
Fonte: Lusa/SOL

Em Anápolis (GO), o MMA reuniu técnicos, pesquisadores, representantes de ONGs para debater as dinâmicas associadas às taxas de desmatamento para promover a revisão do plano de prevenção e controle dos desmatamentos
Como tem sido praxe nos últimos anos, o Ministério do Meio Ambiente promoveu nos dias 14 e 15 de agosto, na Base Aérea de Anápolis, Goiás, o V seminário técnico-científico de análise dos dados referentes ao desmatamento na Amazônia Legal O objetivo do evento foi permitir um debate sobre as dinâmicas associadas às taxas de desmatamento recentemente anunciadas, de modo a subsidiar a revisão do Plano de Prevenção e Controle dos Desmatamentos na Amazônia. Os índices apresentados para o período 2005 a 2006 e as estimativas para 2006-2007 apontam para redução dos grandes desmatamentos na Amazônia.
(Saiba mais).
Estimativas baseadas nos dados do Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real), de agosto de 2006 a agosto de 2007, teriam sido desmatados cerca de 10 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica (a margem de erro é de 10% para mais ou para menos). O valor é menor que a taxa aferida para o período 2005-2006 pelo Prodes (Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia Legal): 14,4 mil quilômetros quadrados. As análises apresentadas no Seminário demonstram que houve uma desconcentração do desmatamento, que está pulverizado por mais de 300 municípios, ao contrário do que aconteceu em 2005, quando a maior parte do desmatamento concentrava-se em apenas 30 municípios.
Segundo o Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, a pulverização de desmatamentos de menor dimensão não significa necessariamente o aumento do desmatamento em pequenas propriedades. O Diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, estima que 20% dos desmatamentos ocorreram em áreas de assentamento de reforma agrária.
Os vetores do desmatamento
Atividades como a pecuária, a agricultura e a siderurgia estão entre os diferentes vetores que têm contribuído com a manutenção das dinâmicas regionais de desmatamento. O Ibama estima que o desmatamento ilegal constitua 80% do total. De acordo com Capobianco, o objetivo do MMA é reduzir a zero esses desmatamentos.
Montiel apresentou também o mapa de prioridades para ações de fiscalização previstas pelo Ibama, definidas a partir de um conjunto de variáveis, tais como o desmatamento absoluto e sua evolução, Unidades de Conservação, Terras Indígenas, adensamento de estradas, pólos madeireiros/siderúrgicos, áreas prioritárias para conservação definidas pelo Programa Nacional de Biodiversidade (PROBIO) e focos de calor.
Montiel explicou que a meta para 2007 é fazer com que o desmatamento não ultrapasse os 4 dígitos (9.900 km2) e ressaltou a importância das ações de fiscalização integrada, realizadas em parceria com outros órgãos federais. Caso do Exército, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal, responsável pelas ações de inteligência que buscam desbaratar quadrilhas organizadas que atuam na região.
As áreas protegidas que registraram os maiores aumentos dos índices de desmatamento foram a Floresta Nacional (Flona) Jamanxin, a Flona do Bom Futuro, a Estação Ecológica da Terra do Meio, as TIs Marawatsede e Apyterewa e a Rebio Nascentes da Serra do Cachimbo. Os municípios que registraram os maiores aumentos foram Marabá e Novo Progresso.
O monitoramento do desmatamento e a contabilidade dos índices, apesar do grande destaque na mídia é a parte mais fácil do tratamento da questão. Pelo menos para o Brasil, que conta hoje não apenas com o Prodes – que acumula séries históricas de mais de 10 anos – mas também com o Deter e o mais recente Detex.
A face mais complexa do monitoramento é a identificação de vetores e estabelecimento de medidas de contenção e desestimulo ao desmatamento. Para Gilberto Câmara, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o aprimoramento dos sistemas de monitoramento demanda dados sócio-econômicos qualificados, que permitam analisar e identificar com mais eficiência os vetores responsáveis pela manutenção do desmatamento.
A parte de cada um
O papel dos estados no controle dos desmatamentos também foi um aspecto muito discutido no Seminário, especialmente em função da descentralização da gestão florestal promovida pela Lei de Gestão de Florestas Públicas e regulamentada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
Saiba mais.
A criação do GTI e seu Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia constituíram um grande avanço no tratamento do tema pelo governo federal. É incontestável que o estabelecimento de relações entre o desmatamento e a grilagem, o trabalho escravo e outras atividades, instituindo responsabilidades de diversas áreas sobre as alterações no uso da terra foi um grande avanço. Entretanto nem todos os setores de governo assumiram totalmente seu papel, e a maior parte das ações couberam ao MMA.
O governo não foi o único responsável pela queda nas taxas. Segundo análise apresentada por Paulo Barreto, do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), as variáveis macro-econômicas como a queda do preço das commodities agrícolas constituiu fator determinante no quadro atual.
As expectativas de ganhos concretos baseadas no estabelecimento de
mecanismos de redução compensada de desmatamento também tem cumprido papel importante ao estabelecer novas perspectivas para os produtores e os estados.
Para Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o Brasil tem um enorme potencial de contribuição para a redução das emissões globais com a redução do desmatamento. Moutinho destacou que a série histórica de mapeamento do desmatamento feita pelo Inpe constitui um importante instrumento de demonstração da capacidade brasileira de monitorar suas emissões, contribuindo para a instituição da redução compensada.
Ações de fiscalização serão ampliadas
A ênfase dada até agora no Plano Nacional de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia às ações de ordenamento territorial e fiscalização devem ser mantidas na próxima fase do plano. Entretanto, o foco deve ser ampliado para a consolidação das Unidades de Conservação criadas e para o estímulo ao uso sustentável da floresta por meio de mecanismos de fomento adequados.
Esta ainda é a grande lacuna nas políticas voltadas a diminuir o processo predatório da floresta amazônica. Os indicadores econômicos da região demonstram que os maiores PIBs regionais concentram-se em regiões e atividades econômicas altamente subsidiadas. O Estado reconheceu nessas atividades prioridades a serem fomentadas e asseguradas. Em alguns casos, como o da Zona Franca de Manaus, o investimento no setor industrial, mesmo que involuntariamente, convergiu para a agenda de conservação e uso sustentável garantindo ao Amazonas a maior cobertura florestal remanescente entre os estados da região.
Em outros, subsídios diretos ou indiretos contribuíram para um modelo de ocupação inadequado à realidade regional. É o caso dos grandes projetos agropecuários fomentados pela antiga Superintedência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Também é o caso das siderúrgicas instaladas na região. O acesso à água sem custo e à energia com baixíssimos custos torna a região altamente atrativa para essa atividade. Não é a toa que a produção de carvão para atender à indústria siderúrgica é considerada um dos “novos vetores” do desmatamento.
Fonte: Socioambiental
Um incêndio numa área de mato começou hoje ao princípio da tarde no concelho de Torres Novas, distrito de Santarém, mas foi dado como circunscrito apenas 20 minutos depois e após a intervenção de dois helicópteros e dois aviões no combate às chamas, indicou a Protecção Civil.
O fogo, que começou às 13:32 no lugar de Pafarrão, foi dado como extinto às 13:51, e mobilizou 76 bombeiros e 19 viaturas.
Dados reunidos pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPCP) revelam que na quinta-feira ocorreu um total de 36 incêndios florestais em todo o país, que foram combatidos por 709 bombeiros auxiliados por 176 viaturas.
Contudo, o número de incêndios que aquela Autoridade anunciou na sua página na Internet foi inferior a cinco, por serem esses os que reúnem pelo menos um dos três requisitos considerados mínimos para a sua divulgação enquanto decorrem: envolverem mais de dez viaturas no seu combate, prolongarem-se por mais de duas horas ou atingirem áreas de paisagem protegida.
Fonte:Diário Digital / Lusa
“O fogo é um mau patrão mas um bom criado”, foi a máxima demonstrada na conferência de imprensa “II Base Científica Europeia do Projecto Fire Paradox.Decorreu ontem, no auditório do Centro de Operações e Técnicas Florestais da Lousã, a conferência de imprensa “II Base Científica Europeia do Projecto Fire Paradox – uma abordagem inovadora e integrada à gestão do fogo florestal”.Esta conferência teve como objectivo a apresentação de uma nova visão na gestão do fogo florestal, no que se refere à sua utilização na prevenção e combate.Os fogos são o factor “mais destrutivo nas florestas dos países mediterrânicos. O “Fire Paradox” quer criar as bases para novas políticas e práticas de gestão do fogo na Europa: o objectivo é introduzir o fogo como uma componente chave da gestão florestal, baseada na melhor compreensão da filosofia e comportamento do fogo”, lê-se num texto sobre o projecto.Nesta óptica, surgiu a “Base” que está a decorrer desde o início de Agosto, e, é a segunda deste projecto integrado europeu, que começou em Março de 2006 e tem a duração de quatro anos, com o objectivo de servir de laboratório multidisciplinar para os membros do projecto Fire Paradox em matéria de contra-fogo e monitorização de incêndios em tempo real, incluido meios aéreos.A “Base” é uma iniciativa desenvolvida no âmbito do projecto Fire Paradox, um projecto de investigação, desenvolvimento e disseminação de ampla dimensão internacional. A que foi ontem apresentada é coordenada em Portugal pelo Instituto Superior de Agronomia e conta com cerca de 40 participantes. Eric Rigolot, investigador e co-coordenador do projecto, afirma que “o fogo necessita de uma compreensão em todos os seus aspectos: ocorrência do fogo, comportamento de fogo e ecologia do fogo, de modo a desenvolver de forma visionária e integrada estratégias de gestão do fogo. Segundo o director-geral dos Recursos Florestais, Francisco Castro Rego, o contra-fogo, “é uma técnica muito exigente e que só pode ser utilizada por quem a domina muito bem”, acrescentando que, “pelo facto de haver resultados positivos não se pode banalizar a técnica”.A apresentação do projecto Fire Paradox esteve a cargo de um dos coordenadores do projecto, Eric Rigolot do Institut National de la Recherche Agronomique de França. a conferência contou também com a visualização do filme “O fogo contra o fogo”, de fotografias aéreas e de imagens de vídeo sobre fogo controlado.“Base” na LousãAo longo de quatro anos, o projecto Fire Paradox é organizado anualmente uma “base” científica durante o Verão.As bases são instaladas em regiões com grande risco de incêndio florestal, permitindo realizar observações e experimentações sobre situações de fogo. Os objectivos da base da Lousã são “o acompanhamento de intervenção de fogo de supressão (contra-fogo e fogo táctico), bem como o estudo da propagação de incêndios”, disse ao DIÁRIO AS BEIRAS, António Salgueiro, especialista em fogos.A troca de experiências entre operacionais de diferentes países como a Argentina, Itália, Espanha, França e Portugal, a divulgação das actividades e dos resultados e a integração de outras entidades são também importantes.Na base da Lousã encontra-se estacionado um avião equipado com câmara. As equipas terrestres dispõem ainda de 15 câmaras de vídeo, equipamento de localização e delimitação de incêndios, estúdio de vídeo, equipamento informático e bases de informação.Até ao momento já foram desenvolvidas actividades como visitas a locais que foram tratados com fogo controlado, exercícios práticos de fogo de supressão (Pinhal de Leiria, S. Pedro do Sul, Viseu e Lousã), ou monitorização aérea de incêndios, acompanhamento das operações no terreno e investigação científica.Paradoxo do fogoO paradoxo do fogo manifesta-se em duas vertentes: “o fogo é um mau patrão mas um bom criado”, ou seja, não é necessariamente um agente negativo e, a “exclusão do fogo” suaviza aparentemente o regime de fogo, mas está na origem de incêndios futuros mais graves, porque gera acumulações de combustível que, em situações meteorológicas extremas, resultam em incêndios que estão muito acima da capacidade do sistema de combate. Os incêndios da Galiza em 2006 constituem um exemplo excelente.Entende-se por exclusão do fogo um politica de gestão que é caracterizada pela supressão sistemática de todos os incêndios, com um investimento muito elevado no combate e muito reduzido nas intervenções sobre o combustível. O papel natural do fogo é ignorado, bem como a sua utilização.Membros do Consórcio Fire Paradox em 2007O “Fire Paradox”, é um projecto europeu, que conta com a parceria de 35 parceiros de 17 países: África do Sul, Argentina, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Marrocos, Polónia, Portugal, Eslovénia, Espanha, Reino Unido, Rússia, Mongólia, Suiça, Tunísia.Benefícios esperados Investigação Internacional:- Cooperação aumentadaProfissionais de fogo e da floresta:- Integração aumentada- Uso sábio do fogo- intercâmbio intensificadoAutoridades políticas:- Nova abordagem do tema- Evolução de regulamentos e políticasPúblico:- Melhor conhecimento e preparação- Comportamento Seguro.
Fonte: As Beiras On-Line

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