quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Respirar ar puro já não é um direito , é um luxo de poucas nações.

Nos concelhos de Abrantes, Sardoal e Mação é tempo de lamber as feridas e de deitar contas à vida, depois da voragem dos incêndios que assolou a região ribatejana nos últimos dias ."Um milhão de euros" é quanto reclama de prejuízos Manuel Serras, presidente da Junta de Freguesia de Alcaravela. Em dois dias, esta freguesia do Sardoal perdeu um terço da mancha florestal, que estava agora a postos para os primeiros cortes, 15 anos após ter sido dizimada pelo fogo."As pessoas acreditaram que o futuro estava no ordenamento da floresta mas, agora que iam ter algum proveito, foi tudo destruído outra vez. As pessoas estão revoltadas e muito desanimadas", acrescentou.Em Alcaravela, o fogo consumiu 500 hectares de floresta e destruiu um tractor com reboque, alfaias agrícolas e quatro barracões e arrecadações agrícolas, para além de ter morto porcos, galinhas, patos e coelhos, que não puderam ser salvos a tempo.José Curado, comandante dos Bombeiros Voluntários de Sardoal, fez a estimativa dos estragos causados por este incêndio, que chegou a estar dominado por várias vezes, mas que o vento forte fez questão de reacender: "Arderam nos três concelhos envolvidos perto de 2 mil hectares de feno, mato, pinhal e floresta, sendo as freguesias de Alcaravela, em Sardoal, e a de Mouriscas, em Abrantes, as mais atingidas", disse.Para além dos cortes de trânsito que foram efectuados na A23, devido ao fumo intenso e ao corte da circulação na linha da Beira Baixa, "foram evacuados 20 idosos e, além disso, três bombeiros tiveram de receber tratamento por entorses e inalação de fumo", sublinhou José Curado ao DN.Manuel Grilo, presidente da Junta de Mouriscas, disse que está a viver "uma angústia muito grande por tudo quanto a freguesia e as pessoas perderam em termos de floresta". Para o autarca, "foi destruído um dos maiores pulmões de Abrantes por manifesta incompetência. A floresta estava por limpar, os acessos são poucos e maus e as bocas de incêndio não estavam em condições para servir os bombeiros", lamentou-se.
Fonte: DN
Foi o pior dia do ano. Na terça-feira bateram-se todos os recordes em matéria de incêndios florestais: maior número de fogos, de meios humanos e técnicos envolvidos e de área ardida. Só no incêndio de Abrantes foram consumidos dois mil hectares, quase um terço da área queimada desde Janeiro até ao dia 15 deste mês. Apesar de o forte vento ter dificultado o controlo do incêndio no distrito de Santarém, que passou pelos concelhos do Sardoal, Mação e Abrantes, o Instituto de Meteorologia não registou situações fora do normal. Não foi o dia com mais vento e as temperaturas também não subiram muito. Mas a definição do risco de incêndio obedece à conjugação de mais variáveis, para além da temperatura e do vento.A Autoridade Nacional de Protecção Civil registou na terça-feira um total de 166 incêndios cujo combate envolveu mais de 3600 homens e 932 viaturas. Um dia bastante complicado dentro do contexto de relativa calma que está a ser vivido este ano mas que, numa visão mais alargada, não pode ser visto como extraordinário.Se o panorama analisado for os últimos quatro anos, pode considerar-se que 2007 está a ter um Verão sossegado. Dados do último relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) demonstram que desde o início do ano até à primeira quinzena deste mês foram consumidos 6359 hectares de mato e floresta, 3,8% da média entre 2002 e 2006.Contudo, desde o ano 2000 que se têm registado os piores anos de incêndios - dos quais se destacam 2003 e 2005 - e qualquer interpretação dos números deve ser feita à luz desta realidade. A esta conta- bilidade podem ainda ser adicionados os mais de dois mil hectares destruídos há dois dias. Os distritos lentejanos de Beja e Portalegre continuam, tal como no relatório da quinzena anterior, a ser os mais afectados.O relatório da DGRF prova ainda que poucos mas grandes fogos continuam a ser responsáveis pela maioria da área ardida no País. Até ao dia 15 de Agosto, oito grandes incêndios fizeram desaparecer mais de metade das florestas e mato. Entre eles está o grande fogo de 29 de Julho em Nisa, distrito de Portalegre, onde uma causa intencional não especificada pelas autoridades florestais fez desaparecer 1265 hectares. Áreas protegidasOs espaços naturais classificados continuam a ser muito afectados pelas chamas. Segundo dados do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), até ontem o fogo tinha percorrido 1400 hectares dentro da rede nacional de áreas protegidas, mais de 20% do total ardido.A zona do Guadiana é a mais afectada, contabilizando 200 hectares queimados, localizados dentro da Rede Natura e não no Parque Natural do Vale do Guadiana. Apesar de este ser um sítio classificado, Fernando Matos, do grupo de trabalho dos incêndios do ICNB, afirma que uma primeira avaliação não apurou danos graves nos habitats destas zona de grande valor natural.Há ainda suspeitas de que os fogos registados na região do Guadiana tenham origem intencional, uma vez que têm deflagrado diariamente sempre junto ao rio. Nas restantes áreas protegidas, o fogo consumiu apenas zonas reduzidas, assegurou o técnico do ICNB.
Fonte: DN
Fogos: só hoje foi pedida licença para «hélis»

A Empresa de Meios Aéreos (EMA) criada pelo Governo para gerir aviões e helicópteros destinados a combate de incêndios só entregou hoje o pedido de certificação no Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), disse fonte deste organismo estatal, noticia a Lusa.
«Deu entrada hoje o pedido de certificação da EMA como operador de trabalho aéreo, disse à agência Lusa uma assessora do INAC.
O Instituto tem agora o prazo de três meses para se pronunciar e decidir se a empresa reúne as condições para exercer a actividade pretendida.
A EMA, criada por um decreto publicado a 13 de Abril no Diário da República, só teve a primeira administração um mês depois, cujo presidente se demitiu dois meses depois de ter iniciado funções.
A empresa irá gerir dez helicópteros pesados russos Kamov, sete dos quais já foram entregues.
Contudo, de acordo com o jornal Público de hoje, estas aeronaves não podem voar antes da EMA, sua proprietária, estar licenciada e certificada para operar no sector.
A assessora do INAC não pode confirmar esta situação por se encontrar de férias, nem se os helicópteros estão ou não certificados para poder voar em Portugal, já que independentemente do proprietário, as aeronaves têm de ser certificadas pelo Instituto para poderem operar no país.
Se o INAC esgotar os três meses de prazo para se pronunciar, mesmo que licencie a empresa, os Kamov já não vão poder combater incêndios florestais este Verão, pois a autorização só surgirá na segunda metade de Novembro.
CDS quer ministro com «urgência» no Parlamento
CDS-PP vai exigir a presença «urgente» do ministro da Administração Interna no Parlamento para explicar porque razão helicópteros para combater incêndios adquiridos em 2006 só irão poder voar em 2008, disse um deputado do partido.
O deputado Hélder Amaral especificou, em declarações à agência Lusa, que, além de Rui Pereira, os democratas-cristãos querem questionar também Rogério Pinheiro, o presidente da Empresa de Meios Aéreos (EMA) que o Governo criou para gerir os dez helicópteros russos Kamov que adquiriu. «Não havendo negociatas por trás disto, onde é que o processo emperrou e como é que nem sequer a empresa [EMA] foi certificada?», disse o deputado, um dos 22 que integra a Comissão Eventual de Acompanhamento e Avaliação da Política Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, presidida por outro representante do CDS-PP, Abel Batista.
Fonte: Portugal Diario
O Norte da Sicília está em chamas. Uma onda de incêndios na ilha do Sul de Itália provocou uma situação crítica, especialmente na localidade de Cefalú, que se encontra coberta por uma nuvem de fumo, complicando o combate às chamas com meios aéreos. Pelo menos três pessoas morreram esta quarta-feira. Os incêndios estão activos desde a noite de terça-feira e verificam-se numa extensão de cerca de 160 quilómetros, entre Cefalú e Messina. A área ardida e os prejuízos materiais são ainda difíceis de quantificar, anunciaram as autoridades. Em Portugal, o maior incêndio do ano no país está quase extinto. O fogo que teve início na segunda-feira à tarde e que lavrou nos concelhos do Sardoal, de Abrantes e de Mação, no distrito de Santarém, consumiu cerca de 2000 hectares. A freguesia mais afectada foi a de Alcaravela, no Sardoal. O presidente da junta, Manuel Serras, citado pela agência Lusa, disse ter encontrado engenhos explosivos espalhados pelo local onde o fogo lavrou nos últimos dois dias.
Fonte: Euro News
para poluição do ar
O fumo libertado pelos incêndios florestais na região de Moscovo chegou hoje à capital russa, levando as autoridades a recomendar às crianças e às pessoas com doenças respiratórias para evitarem sair à rua.
“As crianças e as pessoas que sofram de doenças crónicas das vias respiratórias são as mais visadas”, anunciou na rádio Echo de Moscovo, Alexeï Popov, responsável do Centro moscovita de controlo do Ambiente.“Estas pessoas devem limitar qualquer exercício físico no exterior” e ficar dentro de casa, acrescentou.A televisão russa difundiu hoje imagens das cúpulas douradas do Kremlin envolvidas em fumo, que se junta à poluição habitual do ar naquela cidade.Hoje, os fogos florestais não deram descanso aos bombeiros, especialmente na região de Riazan, no Sudeste, onde dez focos de incêndio continuavam activos, e na região de Vladimir (Este), informou o Ministério russo das Situações de Emergência.Actualmente, Moscovo regista temperaturas superiores a 30 graus centígrados. Os moscovitas ainda não esqueceram o Verão de 1972, quando este “smog” se manteve durante um mês e meio. Em 2002, o fenómeno durou um mês.

PORTO VELHO - Incêndio nesta época do ano é comum em quase todos os estados da região norte do Brasil. Mas, junto com o fogo, vêm o prejuízo com o meio ambiente. Em Guajará-Mirim o fogo além de causar estrago, faz com que os animais busquem abrigo e alimentos na cidade.Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), somente em Rondônia o fogo já atingiu três reservas florestais. A causa está relacionada à forte estiagem que atinge grande parte do Brasil, o que segundo o chefe da Sedam de Guajará-Mirim, Elibel do Carmo, contribui para a rápida propagação. Em algumas regiões, rios secam rapidamente. Somente às 10h da ultima sexta-feira (17), os satélites detectaram em todo o país, mais de mil focos de incêndios, a maior parte no centro norte brasileiro. A taxa de emissão de Dióxido de Carbono vindo de desmatamento ultrapassa a taxa correspondente a oito milhões de pessoas viajando de avião de Londres a Nova York. Conter o desmatamento é a forma mais barata de reduzir as emissões de carbono.DevastaçãoNa região do segundo maior município do estado que concentra a maior parte das reservas federais e estaduais, a situação não diferente. Um dos principais pontos turísticos, do município está virando cinzas.De qualquer ângulo é possível observar o tamanho do estrago que o incêndio causou na serra dos parecís. Parte localizada dentro do município de Guajará-Mirim. Logo acima existia uma mata nativa de pequenas árvores. Tudo foi devastado pela ação do fogo. No solo a prova de um crime contra o meio ambiente.A serra é habitada por aves e animais selvagens. Uma Jaguatirica procurou abrigo no quintal de uma casa no município, ela é sobrevivente do incêndio. Os animais invadem a cidade em busca de abrigo e comida. Mas na própria cidade, moradores contribuem para uma visão nada agradável. Os incêndios urbanos. Reportagem: Emerson BarbosaNR

Fonte: ROTV

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