Biomassa em rede até 2010
O Governo quer criar, até 2010, centrais de biomassa com potência total de 250 megawatts. O investimento, de 500 milhões de euros, cria 500 a 1.000 postos de trabalho.O programa nacional de instalação de centrais de biomassa vai permitir uma redução dos níveis de emissão de dióxido de carbono (C02) de 700 mil toneladas e a redução do risco de incêndio devido a uma articulação entre a localização das centrais de biomassa e as políticas florestais. O ano passado, o Governo lançou um concurso para 15 novas centrais a biomassa florestal, com uma potência total de 100 MW, que recebeu 36 candidaturas. Desses 15 lotes o Governo já adjudicou os lotes 6 e 10 num total de 5 MW de potência à Tave Energia ACE nos distritos de Castelo Branco e Guarda e à Palser na Sertã, distrito de Castelo Branco.O Governo espera que a construção destas centrais implique um investimento total de cerca de 200 milhões de euros e retire das florestas um valor superior a um milhão de toneladas de biomassa.Num dia assinalado pela inauguração da central da Altri e da EDP Bioeléctrica, em Vila Velha de Ródão, num investimento de 30 milhões de euros e com uma capacidade instalada de 13,2 MW, o Governo deverá ainda atribuir cinco novas licenças para centrais de biomassa.As novas licenças para centrais a localizar em Cabeceiras de Baixo, com no máximo 12 MW, em Gondomar, com 13 MW, em Oleiros, com 9,3 MW, em Monchique, com 14,65 MW, e para o reforço da central de Mortágua, com 10 MW, vai permitir um aumento da potência instalada em 57 MW.Estas novas cinco licenças para centrais de biomassa vão implicar um investimento de cerca de 150 milhões de euros, produzir cerca de 440 GWh de energia por ano e permitir a redução de emissões de C02 em cerca de 275 mil toneladas por ano.Espera-se com estas iniciativas que o peso da biomassa florestal no total da produção a partir de fontes de energias renováveis suba de um por cento, em 2005, para 5 por cento em 2010, ao atingir os 1.275 gigawatts/hora (GWh).A inauguração da central da Altri vai contar com a presença do ministro da Economia e do comissário europeu da Energia, que no final do dia fazem uma declaração aos jornalistas sobre a política energética em Portugal e na União Europeia e os dossiers temáticos para a Presidência Portuguesa da União Europeia.CENTRAL DE BELMONTE JÁ EM 2009Começa a funcionar, no ano de 2009, no concelho de Belmonte, uma Central Eléctrica de Produção de Biomassa Florestal. O anúncio da instalação desta unidade, foi feito ontem, em Vila Velha de Rõdão, por Mário Vicente, consultor do Grupo TAVFER – Sociedade Gestora de Participações Sociais, adiantando ao DIÁRIO AS BEIRAS, que a nova Central trará para o concelho de Belmonte, efeitos directos em termos do aproveitamento de desperdícios florestais, tais como: limpeza de matas e podas em Belmonte e concelhos limítrofes, nomeadamente Sabugal, Penamacor, Covilhã e Guarda. Esta Central, para além da energia eléctrica que irá injectar na rede da EDP, produzirá vapor que vai ser consumido para aquecimento das piscinas municipais de Belmonte, edifícios escolares, edifício da Câmara Municipal e o Hotel Belsol. Este projecto vai criar 10 postos de trabalho directos e entre 30 a 50 indirectos.Uma boa opção mas não a soluçãoO secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas admitiu, ontem, que a biomassa não é a solução para os problemas florestais, mas sim uma das opções. Rui Nobre Gonçalves aludiu ao que disse ser “uma palavra de precaução”. “É óbvio que a exploração da biomassa florestal é muito importante para reduzir o risco de incêndios, para aumentar a rentabilidade da floresta, para reduzir as nossas emissões de gases de efeito de estufa e, em termos de eficiência energética, reduz a nossa dependência do exterior”. E continuou: “a biomassa tem todas estas valências, mas não é a solução para os problemas da floresta. É uma das opções que temos e tem de ser equilibrada com o apoio às outras fileiras, como a da pasta do papel e outras”, sublinhou. Lembrou o Plano de Desenvolvimento Rural (PDR) para sublinhar que “pela primeira vez” um documento oficial no nosso país “aponta a floresta como uma grande fonte de riqueza e onde deve haver aposta decidida numa produção clara e não escondida”. “A floresta é um dos cinco eixos fundamentais estratégicos do PDR”, frisou.
Fonte: Diario as Beiras
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