Sessão na Câmara das Caldas sobre certificação florestal
Numa sessão de esclarecimento para a Certificação Florestal da Região Oeste, no Auditório da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, que contou com a presença de proprietários e produtores florestais, empresas ligadas ao sector da madeira, autarcas e outros agentes económicos, os técnicos da Associação de Produtores Florestais da Região de Alcobaça (APFRA) apresentaram um processo de implementação de certificação a nível regional, que consideram “uma inovação”.
Paulo Pinheiro, engenheiro florestal da APFRA, apontou que “a certificação florestal é fundamental para a gestão e protec-ção da floresta”.Esta iniciativa, organizada pela APFRA, em parceria com a APAS Floresta (Associação de Produtores Florestais) e a FLOREST (Associação dos Produtores Agrícolas e Florestais da Estremadura), tendo ainda o apoio da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) e a FPFP (Federação dos Produtores Florestais de Portugal), pretende que “o Oeste tenha uma entidade que certifique todos os doze Municípios da região”.Nesta primeira fase Paulo Pinheiro quis chamar as entidades locais para “serem elas a agarrarem o processo sustentável”, para depois, num segundo passo, “haja aderência dos produtores florestais, respeitando as normas do projecto”.Apesar de se estimar um aumento da área florestal para 41%, até 2045, ou seja 15.458 hectares, existem dificuldades “na fragmentação e pequena dimensão da propriedade, a falta de gestão e planeamento, a produção pouco diversificada, a baixa dos preços da madeira e a falta de informação”, revelou o engenheiro florestal.Os pontos fortes da Região Oeste são “as boas condições para a produção florestal”, em particular o eucalipto, “o baixo risco de incêndio” e a “posição central relativamente aos locais de recepção de madeira”. Deste modo, o técnico apresentou como oportunidades “o aumento da rentabilidade económica dos espaços florestais, o aumento da procura de produtos florestais provenientes de florestas sob gestão florestal sustentável - certificação florestal - a crescente procura de produtos florestais no mercado internacional, a crescente valorização da florestal como sumidouro de carbono e a profissionalização do ordenamento e gestão”.Como aspectos daquilo que deve ser a florestal regional, Paulo Pinheiro evidenciou “o esquema de valorização da produção individual regional e nacional, a garantia da sustentabilidade económica, social e ambiental dos espaços florestais que os produtores disponibilizam ao mercado, um comprovativo para o mercado do cumprimento das boas práticas na exploração, segundo uma norma nacional, como reconhecimento internacional, e finalmente responder às preocupações individuais e colectivas sobre o potencial produtivo e ambiente futuros”.Neste momento existem no território nacional cerca de 50.012 hectares de área florestal certificada, estando o nosso país na “cauda da Europa” e num lugar “pouco confortável” a nível mundial. A maior parte dessa certificação nacional insere-se na indústria de celulose.Com a certificação na gestão florestal activa os produtores florestais e entidades gestoras “terão acessos a novos mercados, preços diferenciados, financiamentos até 70% e melhoria da imagem amiga do ambiente”. Como vantagens “darão melhor qualidade de vida às populações locais e terão garantia da proveniência do produto junto do consumidor”.
Fonte: Jornal Regional
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