PROTECÇÃO NACIONAL - Fogos controlados limpam floresta
O próximo Verão vai iniciar-se com 60 mil hectares de floresta protegidos, segundo as prioridades estabelecidas, para 2007, pelo Plano Nacional de Prevenção Estrutural, no âmbito do Plano de Defesa contra Incêndios (DFCI). Este pôs em prática novas técnicas, como os fogos controlados que, por estes dias, vão sendo feitos na serra da Lousã. Delimitada, de véspera, a faixa a ser queimada, mede-se a temperatura, a velocidade e direcção do vento e a humidade para verificar que os valores se encontram "dentro dos limites da janela de prescrição". Com o vento a 9,5 quilómetros por hora, a humidade a 48% e a temperatura a rondar os 15 graus, os técnicos da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), dos Bombeiros Sapadores e de várias associações de protecção ambiental, dão início aos procedimentos sapadores de mangueiras a postos, protegidos dos pés à cabeça, bem como as mãos, circundam a faixa de mato, de 150 metros, a queimar. O homem do pinga-lume (deep-torch) vai espalhando uma linha de fogo. "Dispõe-se o pessoal de forma a ter o fogo sempre na mão", explica Sérgio Correia, coordenador do DFCI da Circunscrição Florestal do Centro. Na serra da Lousã, uma das classificadas como prioritárias na Região Centro, juntamente com a serra do Buçaco, concelho da Mealhada, e o Pinhal de Leiria, estas faixas, de redução de matos através da queima controlada, estendem-se já por 12 quilómetros de linha de cumeada intermunicipal, tocando os municípios de Castanheira de Pêra, Miranda do Corvo, Penela e Figueiró dos Vinhos. Ou seja, a Direcção-Geral de Recursos construiu uma "Rede Primária de Gestão de Combustíveis" que, no caso dos grandes fogos de Verão, "pode, por um lado, impedir o avanço dos incêndios de uns concelhos para os outros e, por outro, ajudar os bombeiros no combate directo. Eles sabem que têm aqui zonas limpas onde podem esperar o fogo", explica Sérgio Correia. Além da queima controlada, o designado "Serviço Público", prestado pelas equipas de sapadores, em conjunto com a DGRF, abrange acções de desbaste e roça de matos, como as que foram efectuadas no Buçaco, a beneficiação da rede viária e técnicas inovadoras como o "fogo-frio".Matas e florestas Neste primeiro ano em que vigora o Serviço Público, o Governo classificou de prioritárias as zonas de Matas Nacionais e Perímetros Florestais com elevado risco de incêndio,conferindo protecção a um total de 30 mil hectares na Região Centro 220 hectares na serra da Lousã, 116 no Buçaco, nove hectares no Pinhal de Leiria e cerca de 60 no perímetro da Covilhã. A Sul são abrangidas as florestas de Sintra e Sines, as matas nacionais da serra da Ordem (Alcoutim), Valverde (Alcácer do Sal) e Cabeção (Mora) e os perímetros de Contenda (Moura) e o de Conceição (Tavira).
Fonte: Jornal de Noticias
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