sexta-feira, 16 de março de 2007

Brasil é responsável por 74% do desmatamento sul-americano, aponta FAO


Brasil é responsável por 74% do desmatamento sul-americano, aponta FAO


Por Juliane Sacerdote, da Agência Brasil Brasília - Um estudo apresentado nesta terça-feira (13) pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) revela que o Brasil é um dos países da América do Sul que apresentou a maior perda real da área de florestas, nos últimos anos. Segundo o relatório, o Brasil teria desmatado, no período de 2000 a 2005, cerca de 74% da área desmatada na América do Sul. Isso significa que, dos 42 mil quilômetros quadrados devastados por ano em toda a região sul-americana, pelo menos 31 mil estão localizados em terras brasileiras. O país registrou aumento no índice de desmatamento de 0,5% (período de 1990 a 2000) para 0,6% (período de 2000 a 2005). Ou seja, no segundo período o Brasil perdeu mais de três milhões de hectares de florestas. Também apresentaram altos índices de desmatamento: a África, que concentrava 16% das florestas mundiais e perdeu 9%; e a América Latina e Caribe, perdeu 22 milhões de hectares, sendo que concentrava 47% de todas as florestas existentes no planeta. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista à imprensa no início da noite desta terça-feira (13) afirmou desconhecer o relatório. No entanto, a ministra destacou que o Brasil é “talvez um dos únicos países do mundo que apresentem um plano nacional de combate ao desmatamento”. Marina reiterou que os cuidados com o meio ambiente conseguiram reduzir, nos últimos dois anos, o desmatamento em 52%, evitando a emissão de 430 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). A ministra afirmou também que a expectativa para esse ano de 2007 seja de continuidade de redução nos índices de desmatamento. Brasil está entre quatro países que mais desmatam Os países que mais desmataram florestas no mundo entre os anos de 2000 e 2005 são Indonésia, México, Papua-Nova Guiné e Brasil. No território dessas quatro nações, está 80% das florestas no planeta. A informação consta na pesquisa Situação das Florestas do Mundo lançada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO. A publicação foi divulgada na abertura da 18a sessão do Comitê Florestal da entidade. Mesmo com 7,3 milhões de hectares devastados por ano, a pesquisa aponta que a superfície de floresta está em expansão no mundo. Isso porque mais de cem países têm programas de preservação e reflorestamento. Entre 1990 e 2005, a África desmatou quase 10% de suas florestas. Os países do continente detêm 16% das matas do mundo. Na região, um dos problema são as queimadas. “Em um ano típico, mais da metade dos danos florestais mundiais são causados por incêndios florestais na África”, aponta a pesquisa. Em documento divulgado pela FAO, o diretor adjunto geral da instituição, David Harcharik, afirma “que os países que encontram maiores dificuldades para alcançar uma gestão sustentável das florestas são aqueles que têm elevados índices de pobreza e sofrem com conflitos civis”. Em contraposição aos dados que apontam desflorestamento, a publicação demonstra que entre 1990 e 2005, a Europa e América do Norte aplicaram políticas que aumentaram a superfície florestal da região. Na Ásia oriental onde também houve crescimento da superfície de florestas. O estudo destaca a China “que compensou o desmatamento em outras áreas da Ásia”. Ainda de acordo com a publicação, o crescimento econômico da China e da Índia podem ajudar a criar condições necessárias para o ordenamento sustentável das florestas. “As instituições florestais da região estão se fortalecendo em diversos países e continua a tendência de processos e tomadas de decisões mais participativas”, aponta a FAO. Nos anos de 1990 e 2005 a superfície florestal mundial perdeu cerca de 3% do total da área de quatro bilhões de hectares. Os dados da agência das Nações Unidas indicam que entre 2000 e 2005, aumentaram as superfícies de florestas 57 países enquanto 87 tiveram redução.


Fonte: Jornal do meio ambiente, Foto: Greenpeace

Sem comentários: