Mata da Machada – O campo na cidade
“O Pulmão do Barreiro”
“O Pulmão do Barreiro”
À entrada da Mata da Machada está assinalado, automóveis não podem entrar. O caminho ali é para outras andanças. Passeios. Caminhadas. Corridas. Há também os adeptos de BTT, que encontram aqui um bom local para pedalar.As actividades desenvolvidas no Centro de Educação Ambiental, como nos conta a técnica Raquel Marques englobam várias temáticas e são realizadas durante o ano lectivo com as escolas ou, como acrescenta: “com grupos que queiram vir, basta fazerem marcação e podem ficar a manhã, a tarde ou o dia inteiro”.
Hortense Silva e João Silva são reformados. A visita à Mata da Machada é já um hábito antigo porque ali sentem o ar mais puro, ao que Hortense Silva acrescenta: “Nós até dizemos que vamos ao campo”. E nesse dia traziam a neta, Alice de 4 anos, que embora se entusiasme com animais de maior porte, como o hipopótamo que parece ter visto na televisão, não deixou de reparar: “Aqui andam passarinhos”.À entrada está assinalado, automóveis não podem entrar. O caminho ali é para outras andanças. Passeios. Caminhadas. Corridas. Há também os adeptos de BTT, que encontram aqui um bom local para pedalar. Por isso, os visitantes da Mata da Machada diferem muito entre si. Ali encontram-se desde adeptos fervorosos do desporto, até quem já não se possa dar ao luxo de uma simples corrida, por culpa da idade ou pelas maleitas do corpo. O ar livre é o ponto em comum que reúne as pessoas e a vontade de o respirar é o mote para um passeio. Há sempre gente a entrar e a sair. Um sem fim de trilhos ladeados por vegetação abre-se por todos os lados. São 380 hectares onde a árvore predominante é o pinheiro, manso e bravo, a par de alguns sobreiros e eucaliptos. Pela sua florestação há quem apelide a Mata da Machada de Pulmão da Cidade do Barreiro. Um pulmão saudável.A acalmia sibila por entre o ar e invade o recinto. Ás vezes o silêncio quebra-se momentaneamente pelo que parece ser o som de um disparo. Ou não estivessem os Fuzileiros mesmo do outro lado da estrada. Mas esse “às vezes” raramente desperta o sossego que ali mora. O sossego que é partilhado com os chilrear das diferentes aves que se podem observar e com o roçagar da vegetação que os coelhos provocam quando sentem a presença de alguém. E depois há também as galinhas de água e as raposas, as raposas que parecem não se deixar ver. É raro encontrar alguém que tenha visto ali alguma. Raquel Marques, técnica do Centro de Educação Ambiental, relata: “Eu nunca vi, não sei dar a certeza se há ou não”. E já lá está desde que abriu o Centro, a 5 de Junho de 2005, Dia Mundial do Ambiente. Edifício cedido pela Direcção Geral de Recursos Florestais em 2005Um edifício branco ergue-se, destacado do verde predominante. Esse edifício é ocupado pelo Centro de Educação Ambiental e também pela “Questão de Equilíbrio” Associação de Educação e Inserção de Jovens. O espaço foi cedido pela Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF), que tutela todo o espaço da Mata da Machada, à Câmara Municipal do Barreiro em 2005 para que se começasse a dinamizar a educação ambiental naquele local e para isso houve a necessidade de remodelar o espaço e essa remodelação foi levada a cabo no âmbito de um projecto de reestruturação a par do trabalho de toxicodependentes em recuperação, integrados no projecto Europeu “Parque de Aventura” promovido pela IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) “Questão de Equilíbrio”. E depois de colocada alguma mobília e da pintura feita passou a ser utilizado pelos dois organismos.Centro de Educação AmbientalRaquel Marques nasceu no Barreiro, formou-se em sociologia mas o gosto pelas questões do ambiente levou-a a desenvolver várias formações nessa área. “Eu adoro trabalhar em ambiente”, faz questão em salientar. Quanto ao trabalho no Centro de Educação Ambiental, diz que por já ter trabalhado com escolas e por ter um contacto mais próximo com a comunidade escolar: ”Foi mais fácil fazer essa ponte, essa transição entre o ambiente e as escolas”. Porque o grande objectivo do Centro é ajudar a educar, a sensibilizar, especialmente os mais pequenos, os cidadãos do amanhã, para a necessidade de preservar o ambiente. Acerca da importância do Centro, considera: “Não tínhamos nada do género, penso que é o melhor sítio para as escolas poderem trabalhar temas sobre o ambiente”. Desde percursos, gincanas, a um sem número de actividades que são desenvolvidas ali na Mata da Machada, conta-nos. E não só actividades dirigidas para crianças: “Há pouco tempo tivemos cá uma Associação de Amigos do Ar Livre para fazer um percurso pela mata, algo mais relacionado com aspectos da botânica da Mata da Machada.”. Aliando assim o saber ao convívio e aos benefícios de um passeio ao ar livre. “Acho que no Barreiro era desaproveitar o espaço se não fizéssemos algo do género”, comenta.Actividades desenvolvidas no Centro de Educação AmbientalAs actividades desenvolvidas no Centro, como nos conta a técnica Raquel Marques englobam várias temáticas e são realizadas durante o ano lectivo com as escolas ou, como acrescenta: “com grupos que queiram vir, basta fazerem marcação e podem ficar a manhã, a tarde ou o dia inteiro”. Nas pausas lectivas existem os ATL’s (actividades de tempos livres) para as crianças entre os 6 e os 12 anos. “Vamos começar agora com o ATL de Páscoa”, adianta-nos. Existe ainda um espaço que é chamado de auditório, onde é possível fazer conferências, seminários, apresentações em multimédia, depois há o espaço de exposição que também “é um espaço aberto de multiusos, onde estamos a preparar a exposição para o Dia da Árvore”, refere.No centro também criam estágios e acções de formação com o ensino superior e profissional “ligados de certa forma ao ambiente”, salienta. De carácter voluntário recebem, nos meses de maior calor, o Voluntariado Jovem para a Floresta, um projecto no âmbito da prevenção dos fogos florestais, promovido pelo Instituto Português da Juventude (IPJ). Os voluntários recebem uma bolsa para a alimentação e transporte e fazem vigilância no terreno, percorrendo alguns percursos já marcados, com o intuito de desenvolverem actividades de vigilância, preservação e conservação da natureza. “Vamos para o terceiro ano”, diz-nos Raquel Marques.Actividades do Centro fora da Mata da MachadaNo apoio à comunidade Escolar, o Centro desenvolve um programa de Educação Ambiental para o pré-escolar integrado no programa de extensão de horário implementada pelo Ministério da Educação. “Todos os dias temos actividades de educação ambiental com o pré-escolar das 3h30 até ás 5h30. A Joana Ferreira e a Susana Camacho é que estão afectas a este projecto e cada uma faz duas turmas por dia”.De entre outras actividades fora do Centro que têm a ver com a Divisão do Ambiente da Câmara Municipal do Barreiro, falou-nos no assinalar do Dia Europeu sem Carros, um tema sempre trabalhado e da presença nas festas do Barreiro com os seus stands de actividades para as crianças e para a comunidade. Equipa multidisciplinarBiologia, sociologia e engenharia do ambiente. Áreas por si distintas mas que fazem parte do mesmo grupo. O grupo de trabalho do Cento de Educação Ambiental. “Uma equipa multidisciplinar que dá para nos apoiarmos e completarmos as várias vertentes e actividades desenvolvidas”, assim nos fala Raquel Marques da equipa da qual faz parte. “Gosto mesmo do trabalho que faço”, é assim que se pronuncia acerca dos seus afazeres no Centro e que passam por programar as actividades do pré-escolar, por preparar as actividades do ATL e organizar as visitas das escolas ao Centro, definindo os percursos e os conteúdos programáticos. “Agora estou a preparar o Dia da Árvore”, conta-nos Dia da Árvore – os preparativosEm relação ao emblemático Dia da Árvore, uma data em que se homenageia a árvore, símbolo de vida e com ela se reflecte a necessidade de conservação da natureza e preservação das matas, Raquel Marques diz que o Centro assinala sempre essa data e por isso este ano não seria excepção. Fazendo questão em salientar que “O Dia da Árvore não é propriamente uma actividade do Centro de Educação Ambiental, mas sim uma actividade da Divisão do Ambiente da Câmara Municipal do Barreiro”. Raquel Marques diz que as actividades se concentram na Mata da Machada pois esse é um espaço privilegiado e “ideal para fazermos actividades relacionadas com a árvore mas também para estarmos em contacto com a natureza”.Mas para este ano as actividades, segundo nos conta, não seguem a ideia de “plantação de árvores em massa porque esta altura não é a melhor para plantar árvores, com o calor é mais difícil as árvores vingarem”, não deixa contudo de salientar: “Claro que não deixamos essa hipótese de lado, nem que seja como acto simbólico”. Em Portugal a comemoração do dia da árvore a 21 de Março deve-se ao facto de ser no início da Primavera a altura em que os índios brasileiros cultivavam as suas árvores, pois seria por essa altura que se preparava o solo para o cultivo, para depois receber as “abençoadas” chuvas. Em Portugal, os dias que seguem o 21 de Março são mais conhecidos pelo reaparecer do calor do que pela chuva, não deixa no entanto de se manter esta, a data comemorativa.O Centro de Educação Ambiental optou por desenvolver outras actividades, todas elas que falem da temática “que falem da floresta, que falem do cuidado com as árvores, dos benefícios”. Mais do que no ano passado, a grande aposta é em actividades dentro da Mata da Machada, “precisamente porque alargamos o leque não vamos só plantar árvores”, salienta a técnica. As bicicletas de todo o terreno, presentes durante todo o ano, também vão estar ao dispor de quem queira: “Para todas as idades mas para quem saiba andar”, salienta Raquel Marques. Como a ocasião é especial, o Sr. Pereira veio de propósito à Mata da Machada para trocar alguns pneus e para afinar os travões, ultimando assim os preparativos.Actividades para o Dia da ÁrvoreAs actividades dirigem-se a dois públicos, aos mais pequenos e aos mais graúdos. Através de um processo de inscrição, oito escolas do Concelho vão estar presentes nas comemorações, e como a “Mata da Machada não fica propriamente no Barreiro” são fornecidos autocarros para que os alunos possam comparecer às comemorações. Á sua espera estão diversas actividades programadas e distribuídas pelo espaço: a ginástica das árvores, mais vocacionada para os mais pequenos, do 1º e do 2º ano, e que consiste na imitação da forma das árvores e em exercícios de alongamento, percursos pedestres de observação de fauna onde se observam as árvores, para saber como é que são constituídas e observação da flora, onde se inclui a observação de aves e a colocação de ninhos e comedouros. Presente nesta iniciativa vai estar a BAFARI (Associação Científica para a Conservação das Aves de Rapina), uma associação de âmbito voluntário que promove o estudo e preservação das aves. Jogos que desenvolvam a temática do ambiente são outra das actividades organizadas, assim como as actividades radicais, os jogos tradicionais, os insufláveis e a parede de escalada. A presença de animais em exposição, parece ser uma outra garantia de divertimento para os mais pequenos. À semelhança do que aconteceu na mata em Junho do ano passado, na Machada em Família estiveram presentes animais ditos de quinta: burros, cavalos, cabras, ovelhas. Uma parceria com o Colégio Minerva que fornece os animais. Está também organizado um chamado Programa Sénior que consiste num percurso pela mata, seguida de uma apresentação multimédia da Mata da Machada e Sapal de Coina e da apresentação do Plano Estratégico Mata Nacional da Machada.“Árvore do Ano”A plantação da “Árvore do Ano” faz parte do programa sénior, no entanto os mais pequenos não vão estar alheios a este momento ou a escolha da “Árvore do Ano” não resultasse das votações dos mais pequenos. Sobre isso fala-nos Raquel Marques: “enviámos para as escolas um quadro de votação e a árvore que fosse mais votada seria a ‘Arvore do Ano’”. A concurso estavam muitas árvores de fruto, sendo a vencedora a Amoreira, como nos revelou a técnica do Centro. A cada escola participante na votação será oferecido um exemplar da “Árvore do Ano”, com a respectiva descrição.“Questão de Equilíbrio” A Associação de Educação e Inserção de Jovens também localizada no edifício do Centro de Educação Ambiental tem como função desenvolver formações destinadas à população desfavorecida, a toxicodependentes em tratamento e a minorias étnicas. Sara Cravo é técnica da associação e acompanha uma formação de jardinagem em parceria com o Centro de Formação do Seixal que se desenvolve desde Dezembro de 2006 e se destina a públicos desfavorecidos. Na Mata da machada, mesmo ao lado do edifício onde ficam instalados os dois organismos os olhos cruzam-se com o Parque de Aventuras, um local propício à jardinagem. Parte do canteiro pedagógico, existente naquele local, foi cedido ao Centro de Educação Ambiental para o ATL. O Parque de Aventuras é um local destinado ao desenvolvimento de acções de educação ambiental e de intervenção educativa e terapêutica, aberta ao público em geral e também a projectos de prevenção de comportamentos de risco. “Questão de equilíbrio” foi o nome escolhido pelos primeiros jovens em risco que encontraram ajuda na associação. O homem clama por equilíbrio para ser saudável. E assim será a sua relação com a natureza. È uma questão de equilíbrio. Usufruir, não se esquecendo de preservar.
Hortense Silva e João Silva são reformados. A visita à Mata da Machada é já um hábito antigo porque ali sentem o ar mais puro, ao que Hortense Silva acrescenta: “Nós até dizemos que vamos ao campo”. E nesse dia traziam a neta, Alice de 4 anos, que embora se entusiasme com animais de maior porte, como o hipopótamo que parece ter visto na televisão, não deixou de reparar: “Aqui andam passarinhos”.À entrada está assinalado, automóveis não podem entrar. O caminho ali é para outras andanças. Passeios. Caminhadas. Corridas. Há também os adeptos de BTT, que encontram aqui um bom local para pedalar. Por isso, os visitantes da Mata da Machada diferem muito entre si. Ali encontram-se desde adeptos fervorosos do desporto, até quem já não se possa dar ao luxo de uma simples corrida, por culpa da idade ou pelas maleitas do corpo. O ar livre é o ponto em comum que reúne as pessoas e a vontade de o respirar é o mote para um passeio. Há sempre gente a entrar e a sair. Um sem fim de trilhos ladeados por vegetação abre-se por todos os lados. São 380 hectares onde a árvore predominante é o pinheiro, manso e bravo, a par de alguns sobreiros e eucaliptos. Pela sua florestação há quem apelide a Mata da Machada de Pulmão da Cidade do Barreiro. Um pulmão saudável.A acalmia sibila por entre o ar e invade o recinto. Ás vezes o silêncio quebra-se momentaneamente pelo que parece ser o som de um disparo. Ou não estivessem os Fuzileiros mesmo do outro lado da estrada. Mas esse “às vezes” raramente desperta o sossego que ali mora. O sossego que é partilhado com os chilrear das diferentes aves que se podem observar e com o roçagar da vegetação que os coelhos provocam quando sentem a presença de alguém. E depois há também as galinhas de água e as raposas, as raposas que parecem não se deixar ver. É raro encontrar alguém que tenha visto ali alguma. Raquel Marques, técnica do Centro de Educação Ambiental, relata: “Eu nunca vi, não sei dar a certeza se há ou não”. E já lá está desde que abriu o Centro, a 5 de Junho de 2005, Dia Mundial do Ambiente. Edifício cedido pela Direcção Geral de Recursos Florestais em 2005Um edifício branco ergue-se, destacado do verde predominante. Esse edifício é ocupado pelo Centro de Educação Ambiental e também pela “Questão de Equilíbrio” Associação de Educação e Inserção de Jovens. O espaço foi cedido pela Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF), que tutela todo o espaço da Mata da Machada, à Câmara Municipal do Barreiro em 2005 para que se começasse a dinamizar a educação ambiental naquele local e para isso houve a necessidade de remodelar o espaço e essa remodelação foi levada a cabo no âmbito de um projecto de reestruturação a par do trabalho de toxicodependentes em recuperação, integrados no projecto Europeu “Parque de Aventura” promovido pela IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) “Questão de Equilíbrio”. E depois de colocada alguma mobília e da pintura feita passou a ser utilizado pelos dois organismos.Centro de Educação AmbientalRaquel Marques nasceu no Barreiro, formou-se em sociologia mas o gosto pelas questões do ambiente levou-a a desenvolver várias formações nessa área. “Eu adoro trabalhar em ambiente”, faz questão em salientar. Quanto ao trabalho no Centro de Educação Ambiental, diz que por já ter trabalhado com escolas e por ter um contacto mais próximo com a comunidade escolar: ”Foi mais fácil fazer essa ponte, essa transição entre o ambiente e as escolas”. Porque o grande objectivo do Centro é ajudar a educar, a sensibilizar, especialmente os mais pequenos, os cidadãos do amanhã, para a necessidade de preservar o ambiente. Acerca da importância do Centro, considera: “Não tínhamos nada do género, penso que é o melhor sítio para as escolas poderem trabalhar temas sobre o ambiente”. Desde percursos, gincanas, a um sem número de actividades que são desenvolvidas ali na Mata da Machada, conta-nos. E não só actividades dirigidas para crianças: “Há pouco tempo tivemos cá uma Associação de Amigos do Ar Livre para fazer um percurso pela mata, algo mais relacionado com aspectos da botânica da Mata da Machada.”. Aliando assim o saber ao convívio e aos benefícios de um passeio ao ar livre. “Acho que no Barreiro era desaproveitar o espaço se não fizéssemos algo do género”, comenta.Actividades desenvolvidas no Centro de Educação AmbientalAs actividades desenvolvidas no Centro, como nos conta a técnica Raquel Marques englobam várias temáticas e são realizadas durante o ano lectivo com as escolas ou, como acrescenta: “com grupos que queiram vir, basta fazerem marcação e podem ficar a manhã, a tarde ou o dia inteiro”. Nas pausas lectivas existem os ATL’s (actividades de tempos livres) para as crianças entre os 6 e os 12 anos. “Vamos começar agora com o ATL de Páscoa”, adianta-nos. Existe ainda um espaço que é chamado de auditório, onde é possível fazer conferências, seminários, apresentações em multimédia, depois há o espaço de exposição que também “é um espaço aberto de multiusos, onde estamos a preparar a exposição para o Dia da Árvore”, refere.No centro também criam estágios e acções de formação com o ensino superior e profissional “ligados de certa forma ao ambiente”, salienta. De carácter voluntário recebem, nos meses de maior calor, o Voluntariado Jovem para a Floresta, um projecto no âmbito da prevenção dos fogos florestais, promovido pelo Instituto Português da Juventude (IPJ). Os voluntários recebem uma bolsa para a alimentação e transporte e fazem vigilância no terreno, percorrendo alguns percursos já marcados, com o intuito de desenvolverem actividades de vigilância, preservação e conservação da natureza. “Vamos para o terceiro ano”, diz-nos Raquel Marques.Actividades do Centro fora da Mata da MachadaNo apoio à comunidade Escolar, o Centro desenvolve um programa de Educação Ambiental para o pré-escolar integrado no programa de extensão de horário implementada pelo Ministério da Educação. “Todos os dias temos actividades de educação ambiental com o pré-escolar das 3h30 até ás 5h30. A Joana Ferreira e a Susana Camacho é que estão afectas a este projecto e cada uma faz duas turmas por dia”.De entre outras actividades fora do Centro que têm a ver com a Divisão do Ambiente da Câmara Municipal do Barreiro, falou-nos no assinalar do Dia Europeu sem Carros, um tema sempre trabalhado e da presença nas festas do Barreiro com os seus stands de actividades para as crianças e para a comunidade. Equipa multidisciplinarBiologia, sociologia e engenharia do ambiente. Áreas por si distintas mas que fazem parte do mesmo grupo. O grupo de trabalho do Cento de Educação Ambiental. “Uma equipa multidisciplinar que dá para nos apoiarmos e completarmos as várias vertentes e actividades desenvolvidas”, assim nos fala Raquel Marques da equipa da qual faz parte. “Gosto mesmo do trabalho que faço”, é assim que se pronuncia acerca dos seus afazeres no Centro e que passam por programar as actividades do pré-escolar, por preparar as actividades do ATL e organizar as visitas das escolas ao Centro, definindo os percursos e os conteúdos programáticos. “Agora estou a preparar o Dia da Árvore”, conta-nos Dia da Árvore – os preparativosEm relação ao emblemático Dia da Árvore, uma data em que se homenageia a árvore, símbolo de vida e com ela se reflecte a necessidade de conservação da natureza e preservação das matas, Raquel Marques diz que o Centro assinala sempre essa data e por isso este ano não seria excepção. Fazendo questão em salientar que “O Dia da Árvore não é propriamente uma actividade do Centro de Educação Ambiental, mas sim uma actividade da Divisão do Ambiente da Câmara Municipal do Barreiro”. Raquel Marques diz que as actividades se concentram na Mata da Machada pois esse é um espaço privilegiado e “ideal para fazermos actividades relacionadas com a árvore mas também para estarmos em contacto com a natureza”.Mas para este ano as actividades, segundo nos conta, não seguem a ideia de “plantação de árvores em massa porque esta altura não é a melhor para plantar árvores, com o calor é mais difícil as árvores vingarem”, não deixa contudo de salientar: “Claro que não deixamos essa hipótese de lado, nem que seja como acto simbólico”. Em Portugal a comemoração do dia da árvore a 21 de Março deve-se ao facto de ser no início da Primavera a altura em que os índios brasileiros cultivavam as suas árvores, pois seria por essa altura que se preparava o solo para o cultivo, para depois receber as “abençoadas” chuvas. Em Portugal, os dias que seguem o 21 de Março são mais conhecidos pelo reaparecer do calor do que pela chuva, não deixa no entanto de se manter esta, a data comemorativa.O Centro de Educação Ambiental optou por desenvolver outras actividades, todas elas que falem da temática “que falem da floresta, que falem do cuidado com as árvores, dos benefícios”. Mais do que no ano passado, a grande aposta é em actividades dentro da Mata da Machada, “precisamente porque alargamos o leque não vamos só plantar árvores”, salienta a técnica. As bicicletas de todo o terreno, presentes durante todo o ano, também vão estar ao dispor de quem queira: “Para todas as idades mas para quem saiba andar”, salienta Raquel Marques. Como a ocasião é especial, o Sr. Pereira veio de propósito à Mata da Machada para trocar alguns pneus e para afinar os travões, ultimando assim os preparativos.Actividades para o Dia da ÁrvoreAs actividades dirigem-se a dois públicos, aos mais pequenos e aos mais graúdos. Através de um processo de inscrição, oito escolas do Concelho vão estar presentes nas comemorações, e como a “Mata da Machada não fica propriamente no Barreiro” são fornecidos autocarros para que os alunos possam comparecer às comemorações. Á sua espera estão diversas actividades programadas e distribuídas pelo espaço: a ginástica das árvores, mais vocacionada para os mais pequenos, do 1º e do 2º ano, e que consiste na imitação da forma das árvores e em exercícios de alongamento, percursos pedestres de observação de fauna onde se observam as árvores, para saber como é que são constituídas e observação da flora, onde se inclui a observação de aves e a colocação de ninhos e comedouros. Presente nesta iniciativa vai estar a BAFARI (Associação Científica para a Conservação das Aves de Rapina), uma associação de âmbito voluntário que promove o estudo e preservação das aves. Jogos que desenvolvam a temática do ambiente são outra das actividades organizadas, assim como as actividades radicais, os jogos tradicionais, os insufláveis e a parede de escalada. A presença de animais em exposição, parece ser uma outra garantia de divertimento para os mais pequenos. À semelhança do que aconteceu na mata em Junho do ano passado, na Machada em Família estiveram presentes animais ditos de quinta: burros, cavalos, cabras, ovelhas. Uma parceria com o Colégio Minerva que fornece os animais. Está também organizado um chamado Programa Sénior que consiste num percurso pela mata, seguida de uma apresentação multimédia da Mata da Machada e Sapal de Coina e da apresentação do Plano Estratégico Mata Nacional da Machada.“Árvore do Ano”A plantação da “Árvore do Ano” faz parte do programa sénior, no entanto os mais pequenos não vão estar alheios a este momento ou a escolha da “Árvore do Ano” não resultasse das votações dos mais pequenos. Sobre isso fala-nos Raquel Marques: “enviámos para as escolas um quadro de votação e a árvore que fosse mais votada seria a ‘Arvore do Ano’”. A concurso estavam muitas árvores de fruto, sendo a vencedora a Amoreira, como nos revelou a técnica do Centro. A cada escola participante na votação será oferecido um exemplar da “Árvore do Ano”, com a respectiva descrição.“Questão de Equilíbrio” A Associação de Educação e Inserção de Jovens também localizada no edifício do Centro de Educação Ambiental tem como função desenvolver formações destinadas à população desfavorecida, a toxicodependentes em tratamento e a minorias étnicas. Sara Cravo é técnica da associação e acompanha uma formação de jardinagem em parceria com o Centro de Formação do Seixal que se desenvolve desde Dezembro de 2006 e se destina a públicos desfavorecidos. Na Mata da machada, mesmo ao lado do edifício onde ficam instalados os dois organismos os olhos cruzam-se com o Parque de Aventuras, um local propício à jardinagem. Parte do canteiro pedagógico, existente naquele local, foi cedido ao Centro de Educação Ambiental para o ATL. O Parque de Aventuras é um local destinado ao desenvolvimento de acções de educação ambiental e de intervenção educativa e terapêutica, aberta ao público em geral e também a projectos de prevenção de comportamentos de risco. “Questão de equilíbrio” foi o nome escolhido pelos primeiros jovens em risco que encontraram ajuda na associação. O homem clama por equilíbrio para ser saudável. E assim será a sua relação com a natureza. È uma questão de equilíbrio. Usufruir, não se esquecendo de preservar.
Fonte texto e imagem: Rostos On-Line , Andreia Lopes Gonçalves
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