“Portugal sem fogos depende de todos”
“Portugal sem fogos depende de todos" é o apelo de duas campanhas de prevenção de fogos florestais lançadas, ontem, conjuntamente, pela primeira vez, pelos Ministérios da Administração Interna e da Agricultura, uma das quais envolvendo empresas. A iniciativa governamental fundamenta-se em que, "nos últimos anos, morreram dezenas de bombeiros no combate aos incêndios florestais, centenas de casas foram destruídas pelas chamas e arderam mais de um milhão e 600 mil hectares de terra e mais de 340 milhões de árvores", segundo um documento apresentado no acto de lançamento das campanhas. O ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, referiu que "as pessoas pensam em Portugal que a maioria dos incêndios florestais tem origem criminosa, quando a maior causa são actos negligentes, que é necessário combater". Maioria dos incêndios têm origem humana O governante adiantou que "97 por cento dos incêndios florestais em Portugal têm origem humana, sendo que mais de 70 por cento destes devem-se a actos negligentes, como lançar um foguete, fazer uma queimada, utilizar uma máquina agrícola numa altura indevida ou lançar uma ponta de cigarro acesa". É fundamental mobilizar o conjunto da sociedade "Por isso" — realçou —, "é fundamental mobilizar cada cidadão e o conjunto da sociedade para o drama dos incêndios florestais e prevenir os comportamentos de risco". A campanha conjunta dos Ministérios da Administração Interna e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas — este ano "a uma só voz", como foi realçado —, destina-se às televisões e às rádios, lembrando um grande incêndio florestal ocorrido em 9 de Julho de 2006, em Famalicão da Serra, na Guarda, em que morreram seis bombeiros (cinco chilenos e um português) e arderam 569 hectares. O ministro António Costa referiu que a tragédia se deveu a um acto negligente: uma alfaia agrícola chocou com uma pedra, provocando uma faísca, a qual deu origem ao fogo, que se desenvolveu rapidamente porque na altura estava vento. Potenciar as mensagens em prol das florestas A outra campanha resulta de uma parceria acordada entre os Ministérios da Administração Interna e da Agricultura e empresas participantes no Movimento ECO - Empresas Contra os Fogos, tendo, ontem, sido assinados os primeiros sete protocolos entre empresas e o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. O objectivo desta campanha é o de utilizar os mais diversos meios de promoção e de distribuição das empresas para "potenciar ao máximo" as mensagens em prol das florestas. As primeiras sete empresas que aderiram à campanha são a Modelo Continente, CTT, GALP, CP, BPI, Soares da Costa e Mitsubishi. As duas campanhas de prevenção de fogos florestais começaram a funcionar ontem à noite, depois de terem sido apresentadas publicamente, pela tarde, na Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, na capital.
Fonte: Jornal da Madeira
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