O presidente da Companhia das Lezírias afirma que a empresa teve em 2006 um resultado positivo de perto de um milhão de euros, «4 ou 5 vezes superior ao de 2005, apesar dos investimentos da ordem dos 2,1 milhões de euros»
Vítor Barros, presidente do conselho de administração da Companhia das Lezírias (CL), disse à Agência Lusa que a estratégia da actual administração da maior exploração agro-pecuária e florestal do país (cerca de 20.000 hectares), sociedade anónima de capitais maioritariamente públicos, é «criar valor para o accionista».
Depois de ter integrado a lista de privatizações elaborada pelos Governos do PSD/CDS-PP, a Companhia das Lezírias tem agora uma estratégia «muito diferente da anterior», o que se reflecte já no exercício de 2006, cujos resultados vão ser apresentados à assembleia-geral na próxima sexta-feira, adiantou.
Segundo o presidente da CL, a companhia tem vindo a reverter os terrenos que estavam a ser explorados por rendeiros para exploração directa, tendo já recuperado 400 hectares em zona de regadio, com mais 600 hectares em processo de reversão.
Também o contrato de concessão da zona de caça turística foi renegociado, com o objectivo de passar a gestão para a CL, adiantou.
«Queremos fazer o mais possível agricultura directa», afirmou. Entre os projectos «emblemáticos» da CL, Vítor Barros referiu o da produção de carne de qualidade, actualmente com duas linhas em desenvolvimento, uma de carne biológica e outra rica em ómega 3, num projecto em parceria com a Estação Zootécnica Nacional.
Com a maior área nacional de montado contínuo pertencente a um só proprietário (6.150 hectares), a CL foi convidada para ser «mata modelo» do programa de ordenamento da floresta do Ribatejo, acrescentou.
Num projecto a três anos a desenvolver em 1.500 hectares (os primeiros 400 a serem já intervencionados, 600 no final do ano e 500 em 2008), o objectivo é, face aos problemas que têm provocado a morte a milhares de sobreiros, melhorar as condições do solo, fazer podas de formação e protecção da regeneração natural.
Por outro lado, toda a área de montado está a ser alvo de um novo plano de ordenamento para evitar a dispersão actual da recolha de cortiça.
A partir deste ano, o montado é dividido em novefolhas, o que vai permitir que, dentro de uma década, o corte seja feito em cada uma das folhas, de nove em nove anos, permitindo a recolha de uma quantidade de cortiça constante, da ordem das 75.000 arrobas/ano (em 2006 foram cortadas cerca de 40.000 arrobas), disse.
Além de ter sido incumbida de presidir à Fundação Alter Real, criada por decreto no início do mês e actualmente em fase de implementação, Vítor Barros destaca ainda outro projecto «interessante», o de abertura da CL à população.
Nesse âmbito, além da quinta pedagógica, que entrou a semana passada em funcionamento pleno, e que fará parte do centro de interpretação a criar na zona da charneca, a companhia quer também criar um Espaço de Visitação e Observação de Aves (EVOA) na zona da lezíria.
Este projecto, a desenvolver em parceria com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Liga para a Protecção da Natureza, Aquaves e Associação de Regantes, vai ser objecto de uma candidatura ao Quadro Estratégico de Referência Nacional, adiantou.
«Queremos mostrar os grandes valores naturais de que a companhia é guardiã. É um crime que não seja mostrado às pessoas», disse.
Segundo Vítor Barros, em 2007 a Companhia das Lezírias prevê voltar a realizar investimentos «na casa dos 2 milhões de euros».
Depois de ter integrado a lista de privatizações elaborada pelos Governos do PSD/CDS-PP, a Companhia das Lezírias tem agora uma estratégia «muito diferente da anterior», o que se reflecte já no exercício de 2006, cujos resultados vão ser apresentados à assembleia-geral na próxima sexta-feira, adiantou.
Segundo o presidente da CL, a companhia tem vindo a reverter os terrenos que estavam a ser explorados por rendeiros para exploração directa, tendo já recuperado 400 hectares em zona de regadio, com mais 600 hectares em processo de reversão.
Também o contrato de concessão da zona de caça turística foi renegociado, com o objectivo de passar a gestão para a CL, adiantou.
«Queremos fazer o mais possível agricultura directa», afirmou. Entre os projectos «emblemáticos» da CL, Vítor Barros referiu o da produção de carne de qualidade, actualmente com duas linhas em desenvolvimento, uma de carne biológica e outra rica em ómega 3, num projecto em parceria com a Estação Zootécnica Nacional.
Com a maior área nacional de montado contínuo pertencente a um só proprietário (6.150 hectares), a CL foi convidada para ser «mata modelo» do programa de ordenamento da floresta do Ribatejo, acrescentou.
Num projecto a três anos a desenvolver em 1.500 hectares (os primeiros 400 a serem já intervencionados, 600 no final do ano e 500 em 2008), o objectivo é, face aos problemas que têm provocado a morte a milhares de sobreiros, melhorar as condições do solo, fazer podas de formação e protecção da regeneração natural.
Por outro lado, toda a área de montado está a ser alvo de um novo plano de ordenamento para evitar a dispersão actual da recolha de cortiça.
A partir deste ano, o montado é dividido em novefolhas, o que vai permitir que, dentro de uma década, o corte seja feito em cada uma das folhas, de nove em nove anos, permitindo a recolha de uma quantidade de cortiça constante, da ordem das 75.000 arrobas/ano (em 2006 foram cortadas cerca de 40.000 arrobas), disse.
Além de ter sido incumbida de presidir à Fundação Alter Real, criada por decreto no início do mês e actualmente em fase de implementação, Vítor Barros destaca ainda outro projecto «interessante», o de abertura da CL à população.
Nesse âmbito, além da quinta pedagógica, que entrou a semana passada em funcionamento pleno, e que fará parte do centro de interpretação a criar na zona da charneca, a companhia quer também criar um Espaço de Visitação e Observação de Aves (EVOA) na zona da lezíria.
Este projecto, a desenvolver em parceria com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Liga para a Protecção da Natureza, Aquaves e Associação de Regantes, vai ser objecto de uma candidatura ao Quadro Estratégico de Referência Nacional, adiantou.
«Queremos mostrar os grandes valores naturais de que a companhia é guardiã. É um crime que não seja mostrado às pessoas», disse.
Segundo Vítor Barros, em 2007 a Companhia das Lezírias prevê voltar a realizar investimentos «na casa dos 2 milhões de euros».
Fonte: Lusa/Sol
Portugal, Espanha e França estão entre os países europeus mais afectados pelo aquecimento global, segundo um relatório britânico hoje divulgado, que aponta consequências como a falta de água, as ondas de calor e os fogos florestais.
O relatório Stern, encomendado pelo governo britânico ao ex-responsável do Banco Mundial Nicholas Stern, evidencia as grandes variações climáticas na Europa salientando que as regiões vão ser afectadas de maneira diferente.
"O Mediterrâneo vai assistir a um aumento do stress hídrico, ondas de calor e fogos florestais. Portugal, Espanha e Itália serão os países mais afectados. Isto poderá levar a uma mudança para Norte no que respeita ao turismo de Verão, agricultura e ecossistemas", refere o documento.
O Norte da Europa poderá registar um aumento na produtividade agrícola (com a adaptação à subida das temperaturas) e menos necessidade de gastar energia no Inverno.
Mas os Verões mais quentes vão aumentar a necessidade de ar condicionado.
O derretimento das neves alpinas e padrões de precipitação mais extremos podem aumentar a frequências das cheias nas principais bacias hidrográficas como as do Danúbio, Reno e Ródano.
O turismo de Inverno será gravemente afectado.
O estudo prevê também que muitos países costeiros em toda a Europa sejam vulneráveis à subida do nível do mar.
A Holanda, onde 70 por cento da população seria ameaçada com uma subida de um metro no nível do mar, é o país que se encontra mais em risco.
O relatório refere ainda que os países desenvolvidos de latitudes mais baixas (caso de Portugal) são os mais vulneráveis.
Regiões onde a água já é escassa enfrentariam grandes dificuldades e custos crescentes. Estudos recentes sugerem que um aumento de dois graus nas temperaturas globais poderia levar a uma redução de 20 por cento na disponibilidade de água.
A escassez de água nesta região vai limitar o efeito de fertilização do carbono e levar a quebras substanciais na agricultura.
Os custos dos fenómenos extremos como tempestades, cheias, secas e ondas de calor vão aumentar rapidamente com temperaturas mais altas, neutralizando alguns dos benefícios iniciais associados às alterações climáticas.
Só os custos destes fenómenos poderiam atingir 0,5 a um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em meados do século e continuarão a aumentar à medida que o mundo aquece.
As ondas de calor, como a que aconteceu na Europa em 2003, provocando a morte de 35 mil pessoas e prejuízos de 11,7 mil milhões de euros na agricultura, serão comuns em meados do século.
A disparidade norte-sul dos impactos das alterações climáticas já tinha sido registada durante esta onda de calor quando as colheitas no Sul da Europa tiveram uma quebra de 25 por cento, enquanto no Norte da Europa se verificou o contrário (aumento de 25 por cento na Irlanda e 5 por cento na Escandinávia).
Nas latitudes mais baixas, espera-se um aumento global do consumo de energia, devido à maior procura de ar condicionado no Verão.
Nestas regiões, as mortes durante o Verão devem ultrapassar a redução de óbitos durante o Inverno, levando a um aumento global da mortalidade.
Da mesma maneira, o turismo pode mudar-se para norte, já que as regiões mais frias vão passar a ter Verões mais quentes, enquanto as regiões mais quentes do Sul da Europa vão sofrer uma maior frequência de ondas de calor e reduzir a disponibilidade de água.
A distribuição destes impactos em vários sectores poderá estimular uma mudança para norte a nível da actividade económica e população em regiões como a América do Norte ou a Europa, à medida que as regiões do Sul vão sendo afectadas por aumentos desproporcionados dos riscos para a saúde humana e fenómenos extremos associados a uma perda de competitividade na agricultura e no sector florestal, menor disponibilidade de água e aumento dos custos da energia.
Vastas regiões do mundo serão devastadas por consequências sociais e económicas das temperaturas elevadas.
"Como a história demonstra, isto conduzirá a um movimento populacional e em grande escala desencadeando conflitos regionais", salienta o estudo.
O relatório Stern, encomendado pelo governo britânico ao ex-responsável do Banco Mundial Nicholas Stern, evidencia as grandes variações climáticas na Europa salientando que as regiões vão ser afectadas de maneira diferente.
"O Mediterrâneo vai assistir a um aumento do stress hídrico, ondas de calor e fogos florestais. Portugal, Espanha e Itália serão os países mais afectados. Isto poderá levar a uma mudança para Norte no que respeita ao turismo de Verão, agricultura e ecossistemas", refere o documento.
O Norte da Europa poderá registar um aumento na produtividade agrícola (com a adaptação à subida das temperaturas) e menos necessidade de gastar energia no Inverno.
Mas os Verões mais quentes vão aumentar a necessidade de ar condicionado.
O derretimento das neves alpinas e padrões de precipitação mais extremos podem aumentar a frequências das cheias nas principais bacias hidrográficas como as do Danúbio, Reno e Ródano.
O turismo de Inverno será gravemente afectado.
O estudo prevê também que muitos países costeiros em toda a Europa sejam vulneráveis à subida do nível do mar.
A Holanda, onde 70 por cento da população seria ameaçada com uma subida de um metro no nível do mar, é o país que se encontra mais em risco.
O relatório refere ainda que os países desenvolvidos de latitudes mais baixas (caso de Portugal) são os mais vulneráveis.
Regiões onde a água já é escassa enfrentariam grandes dificuldades e custos crescentes. Estudos recentes sugerem que um aumento de dois graus nas temperaturas globais poderia levar a uma redução de 20 por cento na disponibilidade de água.
A escassez de água nesta região vai limitar o efeito de fertilização do carbono e levar a quebras substanciais na agricultura.
Os custos dos fenómenos extremos como tempestades, cheias, secas e ondas de calor vão aumentar rapidamente com temperaturas mais altas, neutralizando alguns dos benefícios iniciais associados às alterações climáticas.
Só os custos destes fenómenos poderiam atingir 0,5 a um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em meados do século e continuarão a aumentar à medida que o mundo aquece.
As ondas de calor, como a que aconteceu na Europa em 2003, provocando a morte de 35 mil pessoas e prejuízos de 11,7 mil milhões de euros na agricultura, serão comuns em meados do século.
A disparidade norte-sul dos impactos das alterações climáticas já tinha sido registada durante esta onda de calor quando as colheitas no Sul da Europa tiveram uma quebra de 25 por cento, enquanto no Norte da Europa se verificou o contrário (aumento de 25 por cento na Irlanda e 5 por cento na Escandinávia).
Nas latitudes mais baixas, espera-se um aumento global do consumo de energia, devido à maior procura de ar condicionado no Verão.
Nestas regiões, as mortes durante o Verão devem ultrapassar a redução de óbitos durante o Inverno, levando a um aumento global da mortalidade.
Da mesma maneira, o turismo pode mudar-se para norte, já que as regiões mais frias vão passar a ter Verões mais quentes, enquanto as regiões mais quentes do Sul da Europa vão sofrer uma maior frequência de ondas de calor e reduzir a disponibilidade de água.
A distribuição destes impactos em vários sectores poderá estimular uma mudança para norte a nível da actividade económica e população em regiões como a América do Norte ou a Europa, à medida que as regiões do Sul vão sendo afectadas por aumentos desproporcionados dos riscos para a saúde humana e fenómenos extremos associados a uma perda de competitividade na agricultura e no sector florestal, menor disponibilidade de água e aumento dos custos da energia.
Vastas regiões do mundo serão devastadas por consequências sociais e económicas das temperaturas elevadas.
"Como a história demonstra, isto conduzirá a um movimento populacional e em grande escala desencadeando conflitos regionais", salienta o estudo.
Fonte: Agro Noticias
Os fenómenos climáticos extremos ocorridos nos últimos verões na Europa continental poderão ser cada vez mais frequentes até ao fim do século, indica um estudo publicado na edição desta semana da revista científica britânica Nature.
Paralelamente, segundo os autores suíços deste trabalho, o clima quente e seco dos países ribeirinhos do Mediterrâneo poderá chegar até ao norte da Europa.
Esta evolução poderá ter "um efeito positivo mecânico" no centro e leste da Europa e arrastar estas regiões para um círculo vicioso, com uma maior evaporação do solo e um aumento da humidade libertada pela vegetação devido à subida das temperaturas.
Nas regiões húmidas, o ar quente deverá também contribuir para alimentar o ciclo das precipitações, aumentando o risco de cheias.
Pelo contrário, nas regiões afectadas por um clima mais seco, a humidade do solo e das plantas desaparecerá mais rapidamente, limitando cada vez mais as possibilidades de refrescamento da atmosfera e acentuando as canículas.
Este processo será tanto mais complexo que a própria vegetação sofrerá alterações com o aquecimento climático, com as florestas de folhosas a dar lugar progressivamente a plantas adaptadas a um clima quente e seco, o que afectará as trocas de ar húmido com a atmosfera.
O estudo baseou-se numa modelização informática capaz de prever os efeitos da humidade dos solos num mapa da Europa com uma resolução quase duas vezes superior à dos modelos anteriores, precisou Sónia Seneviratne, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça.
Em particular, o trabalho mostra que esta evolução será caracterizada por vagas de calor mais frequentes e confirma também que os fenómenos climáticos - canículas ou cheias - serão muito variáveis de ano para ano.
Vários países europeus foram afectados por cheias catastróficas em 2002 e 2005, enquanto em 2003 o continente foi assolado por uma vaga de calor extremo, responsável por cerca de 35.000 vítimas.
Paralelamente, segundo os autores suíços deste trabalho, o clima quente e seco dos países ribeirinhos do Mediterrâneo poderá chegar até ao norte da Europa.
Esta evolução poderá ter "um efeito positivo mecânico" no centro e leste da Europa e arrastar estas regiões para um círculo vicioso, com uma maior evaporação do solo e um aumento da humidade libertada pela vegetação devido à subida das temperaturas.
Nas regiões húmidas, o ar quente deverá também contribuir para alimentar o ciclo das precipitações, aumentando o risco de cheias.
Pelo contrário, nas regiões afectadas por um clima mais seco, a humidade do solo e das plantas desaparecerá mais rapidamente, limitando cada vez mais as possibilidades de refrescamento da atmosfera e acentuando as canículas.
Este processo será tanto mais complexo que a própria vegetação sofrerá alterações com o aquecimento climático, com as florestas de folhosas a dar lugar progressivamente a plantas adaptadas a um clima quente e seco, o que afectará as trocas de ar húmido com a atmosfera.
O estudo baseou-se numa modelização informática capaz de prever os efeitos da humidade dos solos num mapa da Europa com uma resolução quase duas vezes superior à dos modelos anteriores, precisou Sónia Seneviratne, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça.
Em particular, o trabalho mostra que esta evolução será caracterizada por vagas de calor mais frequentes e confirma também que os fenómenos climáticos - canículas ou cheias - serão muito variáveis de ano para ano.
Vários países europeus foram afectados por cheias catastróficas em 2002 e 2005, enquanto em 2003 o continente foi assolado por uma vaga de calor extremo, responsável por cerca de 35.000 vítimas.
Fonte: Agro Noticias
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