Autarca de Vila Franca manifesta-se contra “despropositada interdição da apanha da pinha mansa”
O presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira, João Dinis, enviou recentemente uma carta à Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF) na qual...
manifesta o seu descontentamento relativamente às normas em vigor sobre a apanha da pinha mansa. De acordo com o decreto-lei 528/99 a colheita de pinha mansa “não é permitida entre 1 de Abril e 15 de Dezembro, nem o transporte e o armazenamento das mesmas pinhas colhidas neste período”. “Trata-se de normas que pouco têm a ver com a realidade local em vastas regiões. Normas desse tipo, tão restritivas, podem ter alguma razão de ser mas apenas para a exploração intensiva, em pomares específicos”, refere o autarca na carta enviada à DGRF, propondo que “no limite se ponha o prazo de 1 de Novembro para dar início à safra”.
No que diz respeito às gentes de Vila Franca, o autarca adianta que “com pinhais com cinquenta anos e mais, com árvores que já nem sequer são resinadas, essa regulamentação tão restritiva não tem razão de ser”, salientando que “até é contraproducente, pois as pinhas – se não forem recolhidas dos pinhais – acabam por constituir um factor de agravamento dos incêndios florestais”.
Actualmente, compete à “Brigada Verde” da GNR (ex Guardas Florestais) vigiar o terreno no sentido de multar quem não cumpre a lei em vigor e, como refere Dinis, “isso já aconteceu na freguesia de Vila Franca da Beira”. Indignado com esta situação, o autarca da CDU refere que a Administração Pública e o Estado “cada vez menos apoiam as populações” e “cada vez mais aparecem a fiscalizar e a multar”. “De facto, querer impedir que em vastas regiões do país se apanhem pinhas mansas antes de 15 de Dezembro, isso só poderá convir à exploração empresarial intensiva da pinha/pinhão, ou seja, estes regulamentos até parece que são feitos “por encomenda” de alguém”, frisou. Sublinhe-se que, conforme referiu Dinis, “há compradores de pinha mansa que cedo aparecem a comprar grandes quantidades “a retalho”, a preços entre quarenta e cinquenta cêntimos, quilo, para as revenderem, para Espanha”.
Na mesma carta, João Dinis, salienta ainda o actual caso das “duas unidades de extracção e lavagem de areias que laboram ilegalmente, desde 1996, nas margens do Mondego, nos limites dos concelhos de Oliveira do Hospital e de Carregal do Sal, em pleno “sitio” da Rede natura 2000 (…) sem que alguma das entidades da tutela actue como manda a lei: embargando e encerrando as ditas explorações”.
Fonte:Correio da Beira Serra ; Raquel Vieira (jornalista estagiária)