Desmatamento contribuiu para aumento de CO2
As pesquisas apontam que a agricultura introduzida após desmatamento tem resultado em fortes impactos, aumentando a emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. A expansão da agricultura através da derrubada de florestas durante os últimos 140 anos levou a uma maior liberação gás carbônico. E o Brasil é o maior responsável pela emissão de gases de efeito estufa pela mudança no uso da terra. De acordo com estudos da Universidade de Campinas (Unicamp), a maior parte dos desmatamentos ocorridos na Amazônia Legal - que abrange os estados de Mato Grosso, Pará, Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Tocantins e parte do Maranhão - é devido à conversão da floresta em pastagens. Em 1994, o desmatamento na Amazônia Legal alcançou 470 milhões de hectares. Deste total, aproximadamente 45% ficaram ocupados pela bovinocultura de corte (produção de carne bovina) a partir da derrubada da floresta tropical, 28% ficaram ocupados por floresta secundária após abandono dos pastos (depois de 1970) e 2% ficaram ocupados por pastagens degradadas. A área restante ficou ocupada pela agricultura (5%), floresta secundária oriunda de agricultura abandonada (2%) e floresta secundária anterior a 1970 (17%). Os pesquisadores reconhecem que, atualmente, a abertura de novas áreas de floresta para implantar sistemas agropecuários não é desejável. Isto devido a dois momentos de forte emissão de CO2 (gás carbônico) para a atmosfera: um no desmatamento seguido da queimada e outro, com o preparo do solo pela aração seguida de sucessivas gradagens niveladoras para adequar a superfície do solo para receber as sementes. O preparo do solo pela aração pode resultar em um aumento na emissão de gás carbônico. “O problema deste tipo de agricultura convencional, embasada na operação de preparo do solo pela aração seguida de diversas gradagens niveladoras, se agrava pelo fato desta operação ser realizada, no mínimo, duas vezes ao ano na agricultura brasileira”, afirma o pesquisador Orlando Oliveira Telles. “Além disto, a aração do solo predispõe à erosão hídrica, que contribui para o agravamento das emissões de CO2 para a atmosfera”, acrescenta. Segundo ele, nos anos 70, devido aos sérios problemas de degradação das terras pela erosão, foi introduzido no Sul do Brasil o sistema plantio direto, que consistia em instalar lavouras de milho, trigo e soja sem necessidade de preparo do solo. Com isso os agricultores, motivados pelos menores riscos envolvidos no plantio direto em relação à agricultura convencional, adotaram o novo manejo do solo que combate eficazmente a erosão e, hoje, no Brasil, ocupa atualmente 17 milhões de hectares (40% da área sob agricultura de plantas anuais).(MM)
Fonte: Diario de Cuiabá
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