Planeta perdeu 2,4 por cento das florestas desde 1990
As florestas do mundo, que cobrem 3866 milhões de hectares - representando pouco menos de um terço da superfície do planeta - registaram uma diminuição de 2,4 por cento desde 1990, segundo o relatório "State of the World's Forests 2001" da FAO (Food and Agriculture Organization). A perda traduz-se na diminuição das fontes de sustento e destruição da biodiversidade.
Nos últimos doze anos, as maiores perdas florestais registaram-se no continente africano, onde 52,6 milhões de hectares - correspondendo a 0,7 por cento do seu coberto florestal - já desapareceram.Segundo o Banco Mundial, desde 1960 o planeta perdeu um quinto das florestas tropicais.Segundo a FAO, a taxa global de desflorestação durante a década de 90 foi de nove milhões de hectares por ano. No ano passado, a WWF (World Wildlife Fund) informava que as taxas de desflorestação aumentaram na África tropical, permaneceram constantes na América Central e diminuiram ligeiramente na Ásia Tropical e América do Sul.Actualmente, dois terços das florestas do mundo estão situadas em apenas dez países: Federação Russa, Brasil, Canadá, EUA, China, Austrália, República Democrática do Congo, Indonésia, Angola e Peru.No ano 2000, dez por cento das florestas mundiais encontravam-se em áreas protegidas. No entanto, mesmo estas são vulneráveis à poluição, caça ilegal e exploração agrícola ilegal.As causas directas da desflorestação passam pelas pragas de insectos e doenças, incêndios, sobre-pastoreio, sobre-exploração madeireira, má gestão das florestas de produção, poluição atmosférica e fenómenos climáticos extremos. A pobreza, crescimento populacional, comércio de produtos florestais e políticas macro-económicas são as causas indirectas apontadas pela FAO.Apesar das florestas tropicais albergarem 50 por cento da biodiversidade, apenas oito por cento estão protegidas legalmente.A perda e fragmentação destes habitats trazem pressões acrescidas para a biodiversidade do planeta, declara o PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente) no seu relatório Global Environment Outlook 3. A área total de zonas protegidas, como parques nacionais, aumentou de 2,78 milhões de quilómetros quadrados em 1970 para 12,1 milhões no ano 2000. Um inquérito a 93 dessas áreas mostrou que a maioria tem tido sucesso na diminuição da limpeza de zonas florestais mas não tanto no combate ao abate ilegal, caça e incêndios.
Alguns números Ásia: a sobreexploração de madeira e expansão da agricultura, esquemas de irrigação, urbanização, projectos hidroeléctricos, catástrofes naturais, guerras e incêndios são os responsáveis pela desflorestação. As florestas na bacia do rio Mekong têm sido exploradas a tal ponto que são hoje consideradas de qualidade criticamente baixa. A adopção de políticas de gestão da floresta e agricultura na Tailândia, Vietname e Cambodja têm abrandado o processo de desflorestação. África: a África representa 17 por cento do coberto florestal do Mundo. Neste continente, a desflorestação é causada pelo crescimento populacional, seca, expansão agrícola, extracção de combustíveis, incêndios, guerras civis e instabilidade política. Durante 1990 a 1995, a África perdeu o seu coberto florestal a um ritmo anual de 0,7 por cento. No entanto, 90 por cento da sua população depende da queima da madeira e outra biomassa para energia. América Latina e Caraíbas: Metade da região ainda é coberta por florestas, mas três por cento foi perdida durante 1990 e 1995. O Brasil perdeu 15 milhões de hectares em 1988-1997. A expansão das zonas agrícolas através da queima da floresta é a principal ameaça, a par da exploração ilegal de madeira, incêndios e urbanização.
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