Praga da lagarta do pinheiro pode intoxicar humanos
Os perigos são maiores em locais que usam os pinheiros com fins de adorno e sem solo disponível, como acontece em algumas escolas, nomeadamente em recreios. Nestes casos, a lagarta desce do pinheiro e não encontra terra, tendo de procurar um terreno onde se possa enterrar e estando exposta ao toque dos mais curiosos.Vários cães estão em perigo de vida após contacto com a lagarta do pinheiro, uma praga que este ano está mais «perigosa» e que pode intoxicar humanos com os seus pêlos urticantes. O alerta partiu da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA), organização que tem sido confrontada com vários casos de animais domésticos em risco de vida após tocarem na lagarta do pinheiro.Esta lagarta (cujo nome científico é Thaumetophoea pityocampa), também conhecida como processionária, é uma das pragas mais destrutivas para os pinheiros.A partir de Janeiro, a lagarta do pinheiro abandona esta árvore - em fila, ou «procissão», razão para o nome por que também é conhecida - para se enterrar no solo e assim terminar o ciclo de vida.Ao deslocarem-se, estas lagartas abrem os oito receptáculos que possuem, libertando alguns dos seus cem mil pêlos urticantes que podem intoxicar animais ou pessoas com que contactem.Os animais, principalmente cães, costumam cheirar as lagartas, principalmente porque ficam curiosos com os seus movimentos em fila.Em casos mais graves, e quando ocorre a morte dos tecidos afectados pelos pêlos urticantes, os animais têm de ser abatidos.A LPDA está preocupada com a situação e emitiu um alerta para os donos dos animais de companhia não os deixarem passear sozinhos em locais com pinheiros.Um dos casos que a Liga teve conhecimento está a ser tratado numa clínica desta associação. Trata-se de um cão que vive numa casa em Rio de Mouro, concelho de Sintra.«Os donos verificaram que o animal não estava a passar bem, ao mesmo tempo que se aperceberam que várias processionárias caíam de um pinheiro que existe no seu quintal», contou à Lusa a Presidente da LPDA, Maria do Céu Machado, acrescentando que o animal continua a ser assistido clinicamente.Além dos animais domésticos, as crianças também são potenciais vítimas destas lagartas. O seu aspecto atractivo convida os mais pequenos a tocarem nos animais, obrigando a uma intervenção farmacológica (anti-histamínicos).A Thaumetophoea pityocampa ataca o pinheiro bravo, o silvestre, o laríceo, o manso, o insígne, e o pinheiro de alepo.José Manuel Rodrigues, da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), disse à Lusa que a lagarta do pinheiro teve este ano uma forte aliada: a falta de chuva.«Em período de chuva, os ninhos das lagartas do pinheiro são destruídos ou parcialmente danificados, deixando os animais expostos, nomeadamente aos predadores», explicou José Manuel Rodrigues.Este engenheiro florestal adiantou que, com pouca chuva a controlar naturalmente o seu ciclo, a lagarta do pinheiro prosseguiu sem obstáculos, avançando para a última etapa que é o enterro no solo.É durante este percurso que qualquer contacto pode ser perigoso.Os perigos são maiores em locais que usam os pinheiros com fins de adorno e sem solo disponível, como acontece em algumas escolas, nomeadamente em recreios.Nestes casos, a lagarta desce do pinheiro e não encontra terra, tendo de procurar um terreno onde se possa enterrar e estando exposta ao toque dos mais curiosos, como as crianças que brincam nesses recreios.
Fonte: Diario dos Açores
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