domingo, 18 de fevereiro de 2007

VILA POUCA DE AGUIAR COM TRÊS ZONAS DE INTERVENÇÃO

VILA POUCA DE AGUIAR COM TRÊS ZONAS DE INTERVENÇÃO

Como diz o povo, “mais vale prevenirdo que remediar”. Por isso, um conjun-to de acções está a ser levado a cabo noconcelho aguiarense, no âmbito da pre-venção, sensibilização e vigilância dosfogos florestais. Ao todo e só nestas trêsáreas, a autarquia disponibiliza cento etrinta mil euros. Mas há outros projec-tos previstos para o concelho, já emcurso, para a menorização do flagelo dosincêndios florestais.O Presidente da Câmara Municipal deVila Pouca de Aguiar, Domingos Dias,avançou-nos com aquilo que está a serfeito:“O concelho foi muito flagelado pe-los fogos e nós temos já uma grandeexperiência, no seu combate. Por isto,a Câmara, desde há vários anos que temtentado sensibilizar as autoridades, paraa necessidade de prevenir, na época emque não há fogos. Reconheço que nãotemos obtido resposta aos nossos pedi-dos. Apesar disso, avançámos, este ano,com um Plano próprio, muito vasto, coma elaboração de várias candidaturas.Convém não esquecer (o que é sinóni-mo da nossa preocupação com a defesados nossos recursos florestais e das po-pulações) que somos o primeiro Muni-cípio que teve a preocupação de fazer oPlano Municipal de Defesa e Combateaos Fogos Florestais. Estamos à esperada aprovação das entidades competen-tes”.Várias iniciativas estão a serdesenvolvidas, no terrenoDomingos Dias referiu várias iniciati-vas, no terreno, algumas delas já con-cluídas, outras em vias de o ser e ou-tras, ainda, que estão previstas:“Durante este Verão, já tivemos a pre-ocupação de colocar dezenas de pesso-as, através de programas ocupacionaisdo Rendimento Social e de Inserção, noterreno. Estas pessoas exerceram vigi-lância no terreno e controlo das áreas,para evitar a propagação de fogos. Estainiciativa deu resultado, nas melhoresmanchas que temos. Este ano, conse-guimos manter muitos espaços livresdos incêndios, devido à acção destaspessoas que alertavam, aquando do iní-cio dos fogos. Além disto, tivemos umvoluntariado jovem que aderiu, em ple-no, a esta nossa iniciativa. Cerca de 125jovens estiveram envolvidos, no terre-no, também, na altura dos fogos. Ain-da no âmbito da prevenção, TécnicosFlorestais e da Protecção Civil realiza-ram uma campanha de sensibilização,junto das oitenta e duas aldeias do con-celho, e detectaram quais eram as zo-nas de perigo, para o caso de eventuaisfogos florestais. Notificámos os propri-etários de florestas, já fizemos uma can-didatura para aqueles que não limpa-ram os terrenos, para poder ser aCâmara Municipal a executar esta tare-fa, ainda antes deste Verão, com a con-dição do ressarcimento dos valores de-rivados dessa acção preventiva que é deinteresse geral. Contudo, se tal candi-datura não for aprovada, não teremospossibilidades financeiras de actuar emtodos os terrenos”.No concelho de Vila Pouca de Aguiar,está a ser desenvolvido um plano paratodo o concelho, incidindo nas zonasque devem ter protecção contra fogos.“Estamos a devastar essas zonas, deforma a acabar com o mato”.Sensibilização prioritáriapara escolas e produtoresflorestaisA comunidade escolar tem sido alvode campanhas de sensibilização.“Temos actuado muito, junto das es-colas. Nós entendemos que é precisoexercer uma grande sensibilização, jun-to dos jovens, no sentido de dinamizara população para este perigo. Daí quevamos arrancar, em Março, com umagrande campanha de «outdoors» e, noDia Mundial do Ambiente, iremos dis-tribuir milhares de «t-shirts» alusivas aotema, junto dos produtores florestais eda comunidade escolar”.Cerca de trezentas “bocas-de-incên-dio” estão a ser alvo de renovação esubstituição. Tarefa que deverá estarconcluída dentro de um mês.“A substituição e reparação estão aser feitas com a consonância dos Bom-beiros locais. Pretende-se que não hajaproblemas com o facto de as manguei-ras se não adaptarem a essas bocas-de-incêndio” – disse Domingos Dias queindicou outra acção, bem reveladora daspreocupaçõs da autarquia a que presi-de: “Desde há dois anos que temos vin-do a apostar na abertura de caminhosflorestais, em zonas inacessíveis para oscarros de bombeiros. Este ano, estamosa completar esta tarefa”.A importância do Aeródromodo Minhéu e da Barragem doAlvãoO autarca lembrou, também, o queconsidera ser uma “luta antiga”.“É uma questão que tem vindo a ar-rastar-se, desde há alguns anos. Nós etodos os serviços da Protecção Civil en-tendemos que o melhor ponto estratégico, para a vigilância área dos fogosflorestais da nossa região, é o Aeródro-mo do Minheu. Andamos nesta luta atentar que se coloquem ali as aerona-ves, os helicópteros de vigilância e decombate. Temos a pista construída e umponto de água, por excelência, que é aBarragem do Alvão”.Ainda no terreno, têm sido desenvol-vidas, com o contributo dos BombeirosVoluntários de Vila Pouca de Aguiar, ac-ções de fogo controlado, para evitar quehaja manchas de mato em que se pro-paguem os fogos.“São estas medidas que estamos a to-mar, para prevenir, desde já, aquilo quepode vir a ser um Verão quente, comfogos grandes. Tem havido reuniões om a AguiarFloresta em consonânciaconnosco, junto dos diversos produto-res”.Relativamente às ZIF’s, Domingos Diasadiantou que, nas áreas de intervençãoa serem reflorestadas, “serão criadosaceiros, pontos de água e serão planta-das várias folhosas, em detrimento dasresinosas, nomeadamente castanheirose carvalhos. No futuro, serão zonas pri-vilegiadas de produção de castanha e demadeira”.Por fim, Domingos Dias avançou comuma boa novidade, respeitante à luta eprevenção de fogos.“Na semana passada, foi aprovada maisuma equipa de Sapadores Florestais, para o concelho. Irá ocupar-se com a limpezade matas, implementação de aceiros,desmatação, terrenos e irão colaborar nocombate a fogos florestais. Ou seja, va-mos ter duas equipas de Sapadores Flo-restais, funcionando sob a alçada daAguiarFloresta. A nova equipa de Sapa-dores Florestais será constituída por cin-co homens, apoiados com uma viatura,dotada de instrumentos de desbaste ede limpeza que andará, diariamente,todo o ano, a exercer este tipo de ac-ções. Estará operacional, dentro de ummês”.Refira-se que, em 2005, no concelhode Vila Pouca de Aguiar, arderam dez milhectares de mata. Em 2006, a área ardi-da rondou os trezentos hectares.
Fonte: A Voz de Trás-os-Montes

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