AGÊNCIA ESPANHOLA LANÇA PROJETO PARA MATA ATLÂNTICA
Paraná será beneficiado com ações de sustentabilidade e turismo.Iniciativa priorizará índios da etnia mbyá guarani.
BUENOS AIRES - A Agência Espanhola de Cooperação Internacional (Aeci) iniciou um projeto na Argentina, Brasil e Paraguai para a conservação da Mata Atlântica, uma das regiões de maior biodiversidade na América do Sul, mas dizimada pela derrubada de árvores e pelo avanço da fronteira agropecuária.
"É uma tarefa muito ampla, com um enfoque que tem muito em conta o aspecto social, pois é preciso abordar o desenvolvimento sustentável e o cuidado com o meio ambiente mas dando opções produtivas ao povo", disse nesta quarta-feira (14) Gastón Irazusta, coordenador da Aeci na Argentina para o Projeto Regional Araucária XXI - Mata Atlântica.
O projeto terá duração de cinco anos, até novembro de 2011. A maior parte do financiamento terá fontes espanholas, canalizadas através da Aeci, com um custo de cerca de 9 milhões de euros.
A iniciativa procura preservar a Mata Atlântica na região do Alto Paraná, melhorando a qualidade de vida da população através do incentivo e desenvolvimento de atividades alternativas, como o turismo e a agricultura sustentáveis, explicou Irazusta.
As ações previstas têm um especial interesse pelo trabalho com as comunidades da etnia mbyá guarani que vivem na região e um enfoque de gênero para promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no acesso e controle dos recursos naturais.
A Mata Atlântica do Alto Paraná abrangia originalmente uma área de aproximadamente 470 mil quilômetros quadrados, da Serra do Mar, no Brasil, até a província de Misiones, no nordeste da Argentina, e o leste do Paraguai. Apresentava uma área coberta por uma floresta contínua, com grande diversidade de animais e plantas.
"Atualmente restam apenas 7% da extensão original, sendo 90% está em Misiones. Por isso, o foco do projeto será a Argentina", disse Irazusta.
A Mata Atlântica desempenha um importante papel na conservação dos recursos hídricos da região e fica sobre o aqüífero Guarani, uma das maiores reservas mundiais de água doce subterrânea.
Na região vivem hoje cerca de 28,5 milhões de pessoas, 40% delas em situação de pobreza.
No Brasil, os parceiros da iniciativa serão o Ministério do Meio Ambiente e as Secretarias do Meio Ambiente dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Autoridades argentinas e paraguaias também vão colaborar.
Uma das iniciativas incluídas no projeto é aumentar a coordenação entre o Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, e seu vizinho na Argentina. Outra sugestão é a criação de um parque binacional que integre o Parque Provincial Moconá (Argentina) e o Parque Estadual do Turvo (Rio Grande do Sul).
Fonte: Globo.com
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