domingo, 25 de fevereiro de 2007

Ministra pede ao BNDES linha de crédito para exploração sustentável de áreas na Amazônia

Ministra pede ao BNDES linha de crédito para exploração sustentável de áreas na Amazônia

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu hoje (26) à diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a criação de linhas de financiamento para empresas que queiram explorar, de forma sustentável, áreas da floresta amazônica. Essas áreas são os distritos florestais que o ministério está criando e onde empresas privadas poderão explorar recursos naturais de forma sustentável – por exemplo, com o replantio das árvores retiradas do local. A ministra citou duas dessas áreas: o distrito florestal de Carajás (PA), que deverá ser criado em março, em uma área de um milhão de hectares, e a região cortada pela rodovia BR-163, que liga Santarém (PA) a Cuiabá (MT). Esse distrito florestal já foi criado mas ainda não está sendo explorado. Outros dois distritos deverão ser criados até o final do ano na região amazônica. “O financiamento é importante porque o manejo em bases sustentáveis tem custos de produção maiores do que aqueles que acontecem de forma ilegal. Então, são necessários incentivos tanto para os produtores e manejadores, quanto para se desenvolver apoio tecnológico, pesquisa e apoio às comunidades. E Carajás é uma região complexa, devastada, com altíssimo impacto ambiental”, disse Marina Silva. No distrito florestal de Carajás, 60% da área deverão ser destinados a espécies vegetais nativas e 40%, a árvores que possam ser transformadas em carvão para a indústria de ferro gusa no estado. O presidente do BNDES, Demian Fiocca, disse não ver “problema de falta de recursos” para as novas linhas de crédito. E o chefe do Departamento de Meio Ambiente da instituição, Eduardo Bandeira de Melo, acrescentou que o financiamento “tanto pode ser para a produção de florestas homogêneas, visando à produção de carvão, como para a recuperação de áreas degradadas”. Na área da BR-163, segundo a ministra Marina Silva, está prevista a concessão de florestas e o BNDES poderá apoiar a exploração sustentável, evitando o desmatamento para outras finalidades, como a pecuária ou a produção de grãos. Demian Fiocca lembrou que o BNDES já tem uma linha de apoio a florestas de outra natureza, na área de papel e celulose, e cujas condições poderiam ser adaptadas. E informou que nova reunião com técnicos do ministério foi marcada. “O contato será permanente”, disse.
Fonte: A Tarde On-Line

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